Anderson Torres é réu na ação penal junto a outras sete pessoas, consideradas o "núcleo crucial", ou "núcleo 1", da tentativa de golpe contra o resultado da eleição presidencial de 2022.
Diálogos obtidos nas investigações apontam o papel de Torres para que a Polícia Rodoviária Federal (PRF) atuasse para dificultar a participação de eleitores presumivelmente contrários a Bolsonaro na eleição, segundo a PGR.
Silvinei Vasques, então diretor da PRF, e Torres, chegaram a se encontrar em 19 de outubro de 2022, antes do segundo turno presidencial, "para tratar do policiamento direcionado" no dia da eleição, narra a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Na residência de Torres, também foi apreendido uma minuta de decreto com teor golpista, que imporia uma intervenção no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), então presidido pelo ministro Alexandre de Moraes.
O general Freire Gomes, então comandante do Exército, disse, em depoimento à Polícia Federal (PF), que o decreto foi apresentado a ele em reunião em meados de dezembro de 2022, no Ministério da Defesa.
Com o fim do governo Bolsonaro, Torres se tornou secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, cargo que ocupava durante o 8 de Janeiro. O ex-ministro viajou aos Estados Unidos às vésperas dos ataques contra os Três Poderes.
Na ação, Anderson Torres foi denunciado por organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, entre outros crimes.