"O nosso relatório é muito técnico e muito verdadeiro naquilo que o TSE disponibilizou para gente trabalhar. Ele foi aprovado pelos três comandantes", disse Nogueira.

Em 2022, um relatório foi encomendado pelo Ministério da Defesa com o objetivo de atestar se as urnas eletrônicas não haviam sido “fraudadas”. Na ocasião, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) perdeu a disputa pela reeleição para o atual chefe do Executivo, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

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"Quando se diz que o relatório das Forças Armadas não acusou fraudes, eu considero que não foi um dado preciso, porque a função era fiscalizar", acrescentou o ex-ministro da Defesa.

Um relatório final foi encaminhado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em novembro do mesmo ano. Ele não apontou a existência de nenhuma fraude ou inconsistência nas máquinas e também continha sugestões de melhorias.

“As sugestões encaminhadas para aperfeiçoamento do sistema serão oportunamente analisadas”, respondeu o TSE em nota.

Na época, o código-fonte das urnas foi inspecionada por membros das Forças Armadas. Ainda em depoimento ao Supremo, Nogueira pediu desculpas por declarações feitas quando estava à frente da pasta de Defesa, como a de que estaria em "guerra" com a corte eleitoral.

"Primeiramente eu queria me desculpar publicamente por ter feito essas colocações naquele dia", respondeu Nogueira ao ser questionado pelo ministro Alexandre Moraes.

"Eu tinha assumido o Ministério da Defesa em abril de 22, eu não tinha nem três meses de MD [Ministério da Defesa]. Vinha do Exército Brasileiro, com 47 anos de Exército, talvez, com aquela postura de militar, e vendo aos poucos que na Defesa as coisas seriam diferentes", complementou.

Ainda em depoimento ao Supremo, o ex-chefe da pasta de Defesa negou que teve a intenção de confrontar o TSE e que não havia sido “legal” nas palavras usadas no comunicado divulgado.

Nogueira é réu desde março deste ano por envolvimento na tentativa de golpe de Estado, segundo denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR).

De acordo com a PGR, ele teria ajudado Bolsonaro na redação da minuta do golpe e apresentado o documento aos comandantes das Forças Armadas, buscando apoio.

Ele é acusado também de buscar formas para endossar críticas às urnas eletrônicas para inflar a desconfiança popular no sistema eleitoral.

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