Após a confirmação da sentença, Cristina Kirchner saiu da sede do Partido Justicialista em Balvanera para discursar para apoiadores.
"A verdade é que esta Argentina em que vivemos hoje nunca deixa de nos surpreender. Às restrições salariais impostas pelo desgoverno de Javier Milei, o Partido Judiciário agora acrescenta restrições ao voto popular", afirmou a ex-presidente, segundo informações da TN, rede afiliada da CNN.
"Essa restrição não é imposta por esse triunvirato de pessoas pouco apresentáveis, que surge como uma ficção da Suprema Corte. Não se confundam, são três marionetes que respondem a líderes naturais muito acima deles", ela acrescentou.
A ex-presidente continuou criticando o governo do presidente Javier Milei e a cronologia do processo, segundo informações da TN.
"Este caso tem um calendário eleitoral maravilhoso. Agora, um mês antes da oficialização das candidaturas na província de Buenos Aires, eles estão proferindo a sentença. A mesma coisa que fizeram em 2019", afirmou.
Kirchner continua: "Somos os únicos que podemos construir uma alternativa quando isso desabar, porque essa tranquilidade do dólar sendo esmagado e os bilhões que eles continuam a tomar emprestado anunciam a crônica de uma morte final. Isso não tem final feliz. Os poderes econômicos sabem disso."
"Este fantoche está aqui porque votaram nele. Mas quando este fantoche cair... porque quanto tempo durará a destruição de hospitais, salários e educação?", ela acrescentou.
O presidente da Argentina, Javier Milei, por sua vez, fez uma publicação no X após a confirmação da sentença de prisão de Kirchner nesta terça-feira (10), na qual afirma: "Justiça. Fim".
Em seguida, ele afirmou que a "República está funcionando" e criticou o que chamou de jornalistas corruptos.
A Suprema Corte da Argentina confirmou a condenação de Cristina Kirchner a seis anos de prisão e à inelegibilidade.
A líder peronista, que governou a Argentina entre 2007 e 2015, foi condenada por irregularidades em licitações de obras rodoviárias em Santa Cruz, província do sul do país, na qual ela e seu falecido marido e ex-presidente Néstor Kirchner desempenharam grande parte de sua vida política.
Agora, a determinação da Suprema Corte será informada ao Segundo Tribunal Federal de Oratória, no qual a ex-presidente foi julgada.
Segundo a Todo Notícias, rede afiliada da CNN, ela tem cinco dias úteis para se apresentar às autoridades.