A política argentina já havia sido condenada em primeira instância, em 2022, e em segunda instância, em 2024, por encabeçar um esquema de corrupção entre 2007 e 2015, enquanto governava o país.
Em um processo que ficou conhecido como Caso "Vialidad", o Ministério Público afirma que, junto a vários ex-funcionários do seu governo, Cristina Kirchner beneficiou empresários com contratos milionários para obras rodoviárias incompletas, superfaturadas e até desnecessárias.
A acusação refere-se especificamente a 51 licitações na província de Santa Cruz, local de origem do ex-presidente Néstor Kirchner, com quem Cristina foi casada por 35 anos, até a morte do líder argentino em 2010.
Outra figura fundamental no caso é Lázaro Báez, empresário argentino próximo ao casal Kirchner, e, segundo o processo, o principal beneficiário do esquema de corrupção.
O caso pelo qual Cristina foi condenada afirma que a fraude começou no governo de Néstor Kirchner, e que, para desviar recursos, “da noite para o dia, Lázaro Báez, amigo do então presidente da nação e sócio dele e de sua esposa, tornou-se empresário da construção civil”.
A Suprema Corte da Argentina confirmou no fim de maio deste ano a condenação de Báez por lavagem de dinheiro em um caso conhecido como "ruta del dinero K", que também implica o casal Kirchner.
A ex-presidente nega participação nas irregularidades e denuncia perseguição judicial com fins políticos. Em declarações recentes, ela chamou a Suprema Corte de “guarda pretoriana do poder econômico”.
Diante da prisão iminente, Kirchner afirmou na segunda (9) que, no atual contexto, ser presa é um “certificado de dignidade”. Em discurso durante um evento, ela se referiu a políticos que endividaram o país e foram acusados de corrupção, mas acabaram não sendo julgados.