Em entrevista ao CNN Money, Loyola também apontou o que chamou de "ciladas fiscais" criadas pelo próprio governo, citando o aumento do salário mínimo acima da inflação e a expansão de programas sociais sem o devido financiamento. Além disso, destacou o problema do crescimento das emendas parlamentares e o excesso de vinculações no orçamento brasileiro.
Para o ex-BC, essa abordagem combinada é um "erro basilar" em um país onde a carga tributária já é extremamente elevada.
"Não adianta trocar um imposto por outro porque você deixa de afetar tanto um determinado setor para afetar outro", indicou Loyola, argumentando que o Brasil necessita de um amplo corte de despesas, além de uma reforma constitucional para garantir a sustentabilidade da trajetória da dívida pública.
O economista alertou para os possíveis impactos negativos das medidas propostas: "Nós estamos falando de impostos que incidem sobre o crédito, vão afetar o agronegócio, vão afetar o setor imobiliário".
"O grande problema da gestão orçamentária brasileira é o excesso de vinculações", explicou Loyola. "Existem receitas que devem ser automaticamente gastas. Então não há espaço para uma economia fiscal".
O ex-presidente do BC defendeu uma reforma profunda no processo orçamentário, sugerindo a flexibilização ou até mesmo a eliminação de certas vinculações constitucionais, especialmente em situações de déficit nas contas públicas.
Loyola concluiu afirmando que uma mudança significativa no sistema orçamentário é inevitável: "A mudança virá, porque do jeito que está não vai ficar, ela vai virar por bem ou por mal".
O economista ainda expressou esperança de que essa transformação possa ocorrer por meio de um consenso na sociedade, reconhecendo a necessidade de alterar o atual modelo de vinculações orçamentárias.