Graduada em história natural na Universidade de São Paulo (USP) em 1959, Guidon foi responsável por mudar as teorias originais existentes na comunidade científica sobre a presença de Homo sapiens na América Latina.

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"Niède foi uma das maiores defensoras do patrimônio histórico brasileiro. Dedicou sua vida à pesquisa e à preservação do Parque Nacional da Serra da Capivara, no Piauí — onde revelou ao mundo pinturas rupestres que mudaram o que se sabia sobre o povoamento das Américas", diz a legenda do perfil do parque no Instagram.

Após concluir a graduação, a pesquisadora foi professora da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo e trabalhou no Museu Paulista, que foi incorporado à USP anos depois.

Como ainda não existiam formações em arqueologia no Brasil, ela ingressou em um curso de especialização na Universidade Sorbonne, em Paris, entre 1961 e 1962.

Apesar de ter voltado para seu país natal após os estudos, ela precisou fugir do Brasil por medo de ser denunciada por atividades supostamente subversivas durante a Ditadura Militar. Ela, então, rertornou para a França, onde obteve o doutorado e o pós-doutorado na mesma universidade.

Patrocinada pelo governo francês, Niède começou uma pesquisa no Piauí para ver as pinturas rupestres preservadas no semiárido nordestino. Esse estudo resultou na criação do Parque Nacional Serra da Capivara, em 1979.

Hoje considerado patrimônio cultural da humanidade pela Unesco, o local abriga o maior número de sítios pré-históricos conhecidos das Américas -- ando de 1.400.

Por meio de suas pesquisas, foi descoberto que uma amostra de carvão obtida na região que possivelmente vinha de uma fogueira feita por humanos datava de 32 mil anos.

Esse número mostrava que o item é bem mais antigo do que a idade normalmente associada os primeiros Homo sapiens nas Américas, que se estima terem vivido no território por volta de 13 mil anos atrás.

Essa descoberta, então, mudou a concepção da ciência sobre as teorias da existência de seres humanos no Brasil. Ainda, a pesquisadora defende que o homem moderno saiu da África cruzou o Atlântico pulando de ilha em ilha, cerca de 100 mil anos atrás.

Ainda, Niède criou o Museu do Homem Americano, a Fundação Museu do Homem Americano (FUMDHAM) e lutou pela proteção da Caatinga e das comunidades de São Raimundo Nonato, no Piauí.

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