As imagens da "zona da meia-noite", uma região completamente escura do oceano abaixo de dois mil metros da superfície, foram registradas na noite de Natal de 2024.
A descoberta só foi possível graças ao uso, mesmo que tardio, de um veículo subaquático operado por controle remoto (ROV) no Mar de Weddell.
A bordo de um navio de pesquisa pertencente ao Schmidt Ocean Institute, os pesquisadores conseguiram capturar imagens do animal em movimento a 2.152 metros de profundidade, durante uma etapa intermediária de uma expedição que explorava partes inexploradas do leito oceânico, chegando até os quatro mil metros.
De acordo com a National Geographic, esta é a primeira vez que se observa um exemplar vivo da espécie, anteriormente conhecida apenas por carcaças recolhidas em redes de pesca ou por bicos encontrados no estômago de predadores.
"Até onde sei, esta é a primeira gravação desse animal vivo em todo o mundo", afirmou Kat Bolstad, especialista em cefalópodes da Universidade de Tecnologia de Auckland, na Nova Zelândia, em entrevista à National Geographic.
Com aproximadamente 90 centímetros de comprimento e cor vermelho-sangue, a lula demonstrava estar em plena atividade, embora exibisse marcas recentes, como cicatrizes de ventosas e arranhões. Ainda não se sabe se o animal é macho ou fêmea, nem sua idade.
Um aspecto intrigante chamou a atenção da equipe científica: a existência de um único gancho de grandes dimensões nas extremidades dos dois tentáculos mais longos.
“Esses ganchos impressionantes provavelmente servem para agarrar e dominar as presas durante ataques surpresa”, explicou Alex Hayward, da Universidade de Exeter, no Reino Unido.
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