A doença atinge cerca de 15% da população mundial. Cerca de 30% dos pacientes com depressão apresentam resistência ao tratamento, principalmente os idosos, que algumas vezes ainda sofrem os efeitos colaterais de remédios para outras enfermidades.

Gomes lembrou que o tratamento clássico para a depressão envolve psicoterapia e a utilização de medicamentos para reequilibrar neurotransmissores, como a serotonina e dopamina, por exemplo.

"Mas também existe a utilização da eletricidade, como a eletroconvulsoterapia, usada para situações bastante graves", explicou o médico.

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Já a pesquisa da USP é baseada nos princípios do eletromagnetismo. "É uma forma mais tecnológica e avançada, que utiliza o princípio do magnetismo e da corrente elétrica: a estimulação magnética transcraniana, que consegue interferir no funcionamento dos neurônios", disse o neurocirurgião.

"Através desse processo se consegue interferir principalmente na região do córtex pré-frontal, que é a porção mais anterior do nosso cérebro e está envolvida no processo de memória, de atenção, planejamento e outros circuitos relacionados à depressão", completou.

Segundo o médico, o estudo quer estimular o cérebro de pessoas com depressão utilizando uma bobina que gera um campo eletromagnético em regiões específicas relacionadas à doença. "Esses neurônios são influenciados e sua própria reconexão e funcionamento normal são estimulados para que o indivíduo possa sair do estado de depressão."

No quadro Correspondente Médico, dr. Fernando Gomes explicou pesquisa para tratamento alternativo da depressão / CNN Brasil (21.set.2021)
No quadro Correspondente Médico, dr. Fernando Gomes explicou pesquisa para tratamento alternativo da depressão / CNN Brasil (21.set.2021)

(*Com informações de Nicole Lacerda, da CNN, em São Paulo)

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USP testa eletromagnetismo para tratar depressão sem medicamentos | CNN Brasil