Em uma das sessões semanais, o paciente teria recebido as quatro doses do mês ao mesmo tempo. Segundo relato dado pela filha à CNN, o idoso ou mal, apresentando enjoo, vômitos e dor de cabeça. Dias depois, o paciente foi internado e, posteriormente, entubado e em coma induzido, vindo à óbito dois dias depois. A Polícia Civil de Minas Gerais investiga se este foi um caso de erro médico.
Segundo o A.C. Camargo Cancer Center, efeitos colaterais como queda de cabelo, infecções, febre e vômitos, são comuns da quimioterapia e são resultantes das medicações que interferem diretamente na capacidade de multiplicação das células, normais ou tumorais.
Cada pessoa pode ter reações diferentes, variando em frequência e intensidade. Normalmente, os sintomas duram pouco tempo após a aplicação da quimioterapia, mas, em alguns casos, podem durar todo o tratamento.
"Todos os tratamentos [quimioterápicos] possuem reações e efeitos de eventos adversos em maior ou menor grau. Os mais comuns são fadiga, náuseas, anemia e queda de cabelo", afirma Gustavo Matos, oncologista clínico do Sírio-Libanês em Brasília, à CNN.
Entre as reações adversas mais comuns da quimioterapia, segundo o A.C. Camargo Cancer Center, estão:
Além desses efeitos mais comuns, também podem ocorrer reações durante a istração da medicação, como reações alérgicas. "Isso justifica a istração de medicações em hospitais, clínicas e centros de infusões, é necessário haver equipe de plantão para intercorrências", enfatiza Matos.
Reações graves à quimioterapia podem apresentar riscos à saúde do paciente. De acordo com o oncologista clínico, isso pode ocorrer no caso de uma reação alérgica à infusão venosa de uma droga quimioterápica, ou no caso de uma desidratação causada por diarreia grave provocada por outro quimioterápico.
"Reações graves são aquelas que tornam necessária a avaliação do paciente em ambiente hospitalar, por vezes necessitando de internações em UTI (unidade de terapia intensiva), pois representam ameaça a vida do paciente", afirma Matos.
Além disso, a superdosagem da quimioterapia pode aumentar substancialmente o risco de danos graves à saúde do paciente, podendo levar à morte. "As doses habituais de quimioterapia são desenvolvidas a partir de estudos de escalonamento de dose (estudos de fase 1), antes mesmo de sabermos se o tratamento funciona (estudos de fase 3). Não se deve prescrever em doses maiores que a preconizada por estudos clínicos", enfatiza o especialista.
De acordo com Matos, se a reação adversa for leve, o tratamento quimioterápico é mantido e são realizadas medidas preventivas para evitar reações adversas futuras. "Caso a reação seja grave, com risco de evoluir para óbito, geralmente o tratamento é suspenso, e procura-se trocar o tratamento antineoplásico para outra medicação", esclarece.
Para evitar reações graves, uma medida importante é a tripla checagem da prescrição do tratamento quimioterápico antes de ser aplicado ao paciente, conforme explica Kátia Marchetti, oncologista clínica do Sírio-Libanês de Brasília. "A maioria dos serviços de qualidade apresentam esse serviço, em que, geralmente, um ou dois farmacêuticos veem a prescrição, re-checam tanto o protocolo, quanto o cálculo das doses, checam a evolução médica e checam, também, os exames laboratoriais do paciente", detalha.
Além disso, o contato próximo com o paciente oncológico, através da equipe de enfermagem e, até mesmo, do contato telefônico com a equipe médica, é fundamental para monitorar possíveis sintomas e efeitos colaterais. "Eu acredito que isso funciona muito bem e, com certeza, evita efeitos colaterais mais graves", finaliza.
*Com informações de Letícia Cassiano e Julia Farias, da CNN (sob supervisão)