Responsável por controlar funções voluntárias e involuntárias do corpo humano, órgão é formado por diferentes áreas
Da CNN
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O cérebro humano é um órgão do sistema nervoso, responsável por funções importantes no organismo, como a inteligência, a regulação do estado emocional e a formação de memória.

Juntos, cérebro e sistema nervoso central são o centro de comando do corpo humano, controlando as funções conscientes e inconscientes do organismo e, assim, influenciando todos os aspectos da vida.

A máquina mais potente do corpo humano é formada por neurônios que podem ser classificados como sensoriais, quando transmitem as informações captadas pelos órgãos.

Em humanos, os principais órgãos do sistema sensorial são: pele, língua, nariz, ouvidos e olhos. Eles captam estímulos físicos ou químicos e os transformam em impulsos elétricos, que são transmitidos ao sistema nervoso central.

Pesquisadores de diferentes áreas ajudam a montar o quebra-cabeças do cérebro no CNN Sinais Vitais, apresentado pelo cardiologista Roberto Kalil (veja a íntegra acima).

Entenda como funciona o cérebro e o que a ciência descobriu até hoje sobre as funções, estrutura e o desenvolvimento desse órgão.

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Qual é a função do cérebro humano?

O cérebro é responsável por processar as informações sensoriais, coordenar os movimentos voluntários e involuntários, regular funções vitais do corpo, como a respiração e o batimento cardíaco, além de comandar sentimentos e emoções.

Esse órgão também tem a função de produzir pensamentos, emoções e memórias, bem como interpretar e desenvolver a linguagem.

Algumas atividades controladas pelo cérebro são:

Qual é a estrutura do cérebro humano?

Localizado no encéfalo, o cérebro é o maior órgão dessa região do corpo humano e é formado por diferentes áreas, cada uma responsável por funções específicas.

Toda essa estrutura é protegida pelo crânio e envolvida pelas meninges, membranas que isolam e nutrem o tecido nervoso. O cérebro também é irrigado por vasos sanguíneos, que fornecem oxigênio e nutrientes essenciais para o seu funcionamento.

Conheça as partes que compõem a anatomia do cérebro humano e suas funções.

Córtex cerebral

O córtex é a parte cerebral mais externa, responsável por abrigar os neurônios e outras células nervosas, bem como processar impulsos enviados por diferentes regiões do corpo.

Nele, algumas sensações, como cheiros e sons, são interpretadas. Além disso, o córtex também tem a função de guardar memórias, gerar percepções e pensamentos, assim como controlar movimentos voluntários.

Essa parte do cérebro apresenta uma coloração acinzentada, por isso é conhecida como “massa cinzenta”. A parte mais interna do órgão tem uma coloração mais esbranquiçada.

Cerebelo

Quais são as partes do cérebro e suas funções? / Imagem: Shutterstock/SciePro
Quais são as partes do cérebro e suas funções? / Imagem: Shutterstock/SciePro

A principal função do cerebelo é regular as funções motoras do corpo, tanto referente aos movimentos voluntários quanto aos involuntários.

Para isso, essa estrutura recebe informações de diferentes áreas do corpo, como dos músculos, tendões e articulações, e as processa para ajustar fatores como o equilíbrio, a postura e a precisão dos movimentos.

Nesse contexto, o cerebelo também atua na aprendizagem motora, permitindo que o corpo humano desenvolva novas habilidades, como tocar um instrumento ou andar de bicicleta, por exemplo.

Além das funções motoras, essa parte cerebral também participa de atividades cognitivas, como a memória, a linguagem e as emoções.

Tronco encefálico

Localizado ao lado do cerebelo, o tronco encefálico tem a função de controlar atividades involuntárias do organismo, como os batimentos cardíacos, a respiração e a pressão arterial.

Além disso, essa estrutura cerebral regula reflexos como a consciência, a atenção, a vigília e o sono, por exemplo.

O tronco encefálico também liga o cérebro à medula espinhal, por isso é responsável por transmitir impulsos nervosos entre as duas regiões do corpo.

Hipocampo

Anatomia do cérebro / Imagem: Shutterstock/SciePro
Anatomia do cérebro / Imagem: Shutterstock/SciePro

O hipocampo é uma estrutura cerebral responsável pela memória e pelo aprendizado, assim como pela regulação das emoções e da motivação.

Ele também está conectado ao hipotálamo, por isso atua na regulação hormonal e na resposta do corpo ao estresse, influenciando na produção do cortisol, popularmente conhecido como “hormônio do estresse”.

Com funções variadas, o hipocampo pode interferir no humor, no ciclo circadiano e na memória espacial – que é a capacidade de se orientar em determinado ambiente.

Os dois lados do cérebro humano

As partes acima compõem o órgão cerebral, que é dividido em duas metades simétricas, chamadas de hemisférios cerebrais.

Cada hemisfério é subdividido em quatro lobos, responsáveis por diferentes funções cognitivas e comportamentais.

São eles:

Como acontece o desenvolvimento do cérebro humano?

Durante a gestação, o embrião desenvolve um tubo neural com três regiões: o mesencéfalo, o prosencéfalo e o rombencéfalo. Elas serão as responsáveis por formar o encéfalo.

O neurocientista Miguel Nicolelis tem uma teoria de como o cérebro humano evoluiu para se tornar um computador orgânico sem rival no universo conhecido.

“O cérebro humano só é comparável ao universo que nos cerca. É através do cérebro que a gente confere significado, interpreta, gera uma noção de realidade que é peculiar ao ser humano”, explica.

“Por isso que eu gosto de dizer que o cérebro construiu, esculpiu o universo humano. O cérebro tenta criar um modelo do que está aqui fora para maximizar nossas chances de sobrevivência”, diz Nicolelis.

A Universidade Federal do ABC realizou um estudo com violinistas para entender a empatia do cérebro de um músico ao tocar sozinho e ao tocar acompanhado.

Para medir isso, o estatístico e neurocientista João Ricardo Sato utilizou toucas com sistema de espectroscopia funcional no infravermelho que medem a oxigenação em diferentes áreas do cérebro.

Especialistas do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (Idor) estudam diversas nuances do cérebro humano, como por exemplo, por que as pessoas se dividem em grupos sociais como religião, futebol e política.

O neurocientista do Idor Stevens Rehen, especializado em células-tronco e professor do Instituto de Biologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), capta células da pele ou da urina e as transforma em neurônios e consequentemente em mini cérebros.

As estruturas, que simulam o funcionamento do órgão real, são fonte de diversas pesquisas na área da neurologia.

A diferença entre o cérebro humano e o cérebro dos animais

O médico Paulo Niemeyer Filho, neurocirurgião e diretor do Instituto do Cérebro Paulo Niemeyer, explica que o que diferencia um humano dos outros animais é o lobo frontal.

“Os lobos frontais se desenvolveram e deram ao homem a capacidade do pensamento simbólico, que foi o que deu origem, a linguagem, a capacidade de desenvolver a matemática, as letras, e todo o nosso pensamento, todos os nossos sonhos”, afirmou Niemeyer.

Diferença entre o cérebro humano e o cérebro dos animais / Imagem: Unsplash/Milad Fakurian
Diferença entre o cérebro humano e o cérebro dos animais / Imagem: Unsplash/Milad Fakurian

Além de médico, ele é escritor e fundador do Instituto do Cérebro, que leva o nome do pai dele, um dos principais neurocirurgiões do Brasil.

Cientistas buscam explicações sobre o que torna o cérebro humano diferente de todos os outros animais, incluindo até mesmo os primatas mais próximos.

Uma pesquisa conduzida por especialistas da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, sugere algumas pistas.

O estudo, publicado na revista Science, faz uma análise das células presentes no córtex pré-frontal de quatro espécies de primatas. Segundo a avaliação, cada espécie possui características específicas, mas com particularidades em comum.

A formação do cérebro dos primatas conta com uma região chamada de córtex pré-frontal dorsolateral, fundamental para a cognição avançada.

“Hoje, vemos o córtex pré-frontal dorsolateral como o componente central da identidade humana, mas ainda não sabemos o que o torna único em humanos e nos distingue de outras espécies de primatas”, disse Nenad Sestan, professor de neurociência em Yale.

Com uma técnica de sequenciamento genético, os pesquisadores descobriram que o fator que pode diferenciar os humanos dos primatas também pode ser o que deixa o organismo mais propenso a doenças neuropsiquiátricas.

Segundo o estudo, os humanos apresentam um tipo específico de microglia presente durante todo o desenvolvimento e também na idade adulta, o que indica a atuação dessas células na manutenção do cérebro e não no combate a doenças.

“Nós, humanos, vivemos em um ambiente muito diferente com um estilo de vida único em comparação com outras espécies de primatas e as células da glia, incluindo a microglia, são muito sensíveis a essas diferenças”, disse Sestan.

“O tipo de microglia encontrado no cérebro humano pode representar uma resposta imune ao meio ambiente”, completou.

Como cuidar da saúde do cérebro?

Quando o cérebro é desafiado por doenças ou outros fatores, isso representa riscos significativos não apenas para a saúde e o bem-estar geral de uma pessoa, mas também para o desenvolvimento e a produtividade globais.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou um documento inédito sobre a importância da otimização da saúde do cérebro para o bem-estar dos indivíduos.

Estima-se que 1 em cada 3 pessoas desenvolverá um distúrbio neurológico em algum momento da vida, tornando essas doenças a principal causa de incapacidade e a segunda principal causa de morte.

Além disso, acredita-se que 43% das crianças menores de cinco anos em países de baixa e média renda perdem seu potencial de desenvolvimento devido à extrema pobreza e atraso no crescimento, levando a perdas financeiras e ganhos anuais projetados 26% mais baixos na idade adulta.

No documento da OMS, são apresentadas informações sobre os seguintes grupos de determinantes:

A OMS defende que a otimização da saúde do cérebro, abordando esses determinantes, leva a vários benefícios, incluindo taxas mais baixas de condições crônicas de saúde.

As melhorias incluem redução de impactos neurológicos, mentais, físicos e do uso de substâncias, bem como melhor qualidade de vida e múltiplos benefícios sociais e econômicos.

O Ministério da Saúde aponta a prática regular de atividades físicas como aliada nos cuidados com a saúde do cérebro.

Como cuidar da saúde do cérebro? / Imagem: Unsplash/ Alora Griffiths
Como cuidar da saúde do cérebro? / Imagem: Unsplash/ Alora Griffiths

Além de promover o bem-estar, o Ministério explica que os exercícios físicos atuam na prevenção e no tratamento de doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer.

O órgão também esclarece que o hábito contribui para a diminuição da perda de neurônios, um processo natural do corpo, que tende a se intensificar no envelhecimento.

Outras ações que podem contribuir para a saúde do cérebro são:

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