A leucemia linfocítica crônica, conhecida pela sua sigla LLC, é um tipo de leucemia -- ou seja, câncer que atinge as células sanguíneas da medula óssea -- em que os linfócitos (glóbulos brancos) se tornam cancerosos e, de forma lenta e progressiva, substituem as células saudáveis nos linfonodos, fígado e baço.
De acordo com a Abrale (Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia), a doença acontece por conta de um erro genético, em que os linfócitos am a se desenvolver de forma descontrolada e param de realizar suas funções. Apesar dessa característica, a LLC não é uma doença hereditária e suas causas ainda são desconhecidas.
A doença é mais frequente em países ocidentais, principalmente a América do Norte e Europa, sendo mais comum em pessoas acima dos 60 anos de idade e extremamente rara em crianças. A LLC não tem cura.
Ainda segundo a Abrale, as causas exatas para o desenvolvimento da leucemia linfocítica crônica ainda são desconhecidas e poucos fatores têm sido associados a um aumento no risco de desenvolvimento da doença.
No entanto, cientistas acreditam que possam existir possíveis relações com o estilo de vida ou com fatores ambientais, mas ainda não há conclusões científicas sólidas sobre o assunto.
De acordo com o Manual MSD, nas suas fases iniciais, a leucemia linfocítica crônica não apresenta sintomas e a doença é detectada apenas devido a uma elevada contagem de glóbulos brancos.
Com o ar do avanço da doença, podem surgir sintomas como:
Por não apresentar sintomas iniciais, muitas vezes, a LLC pode ser diagnosticada por exames de sangue de rotina, como um hemograma. Nele, será possível notar alterações na contagem das células sanguíneas, como o aumento no número de glóbulos brancos. Esse exame também pode ser solicitado por um médico para investigar as causas dos sintomas quando eles estão presentes.
A detecção também pode ser feita através do mielograma, um exame que avalia a porcentagem de linfócitos na medula óssea, através da coleta de uma pequena quantidade de sangue na região. Se ainda houver dúvida no diagnóstico, o médico poderá solicitar a biópsia de medula óssea e um exame imuno histoquímico.
Há, ainda, a possibilidade de realizar exames específicos, como a imunofenotipagem de sangue periférico (cariótipo), essencial para o diagnóstico da leucemia linfocítica crônica. Nele, é possível analisar, junto com o mielograma, as células de maneira específica, auxiliando na escolha do tratamento.
Outra possibilidade é o FISH (hibridização por fluorescência in situ), em que uma maostra da medula óssea ou do sangue periférico (se tiver mais de 20% de células doentes no sangue) para detectar alterações que o exame de cariótipo não observou.
Por fim, pode ser solicitada a biópsia de gânglio, que detecta alterações em gânglios linfáticos que podem estar associados à LLC.
Como a LLC pode progredir de forma lenta, em alguns casos não é necessário o tratamento até que ocorra um ou mais dos seguintes critérios:
Nesses casos, o tratamento pode incluir quimioterapia e imunoterapia, que ajudam a aliviar os sintomas e a diminuir o aumento nos linfonodos e no baço. No entanto, esses tratamentos não curam a doença.
Nos pacientes que apresentarem anemia, podem ser realizadas transfusão de sangue, junto com injeções de eritropoietina ou darbepoetina, medicamentos que estimulam a formação de glóbulos vermelhos.
A depender do paciente, quando as primeiras opções de tratamento não apresentam bons resultados, pode ser indicado o transplante de medula óssea para restaurar a habilidade do organismo em produzir células sanguíneas saudáveis.