Caracterizada pelo desgaste progressivo das articulações, a artrose ocorre quando há um desequilíbrio entre os processos de degradação e reparo da cartilagem. Entre os fatores de risco estão causas mecânicas, genéticas, hormonais, ósseas e metabólicas.

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Sem o tratamento adequado, a doença pode avançar e provocar deformidades, instabilidade e limitação dos movimentos, comprometendo a qualidade de vida do paciente.

Uma das abordagens mais eficazes no controle do quadro é o fortalecimento muscular. E, nesse sentido, a musculação surge como uma importante aliada. “A prática de atividades físicas ajuda no fortalecimento dos músculos, proporcionando mais estabilidade, melhora a função articular, preservando a mobilidade, trabalha a coordenação e o equilíbrio, prevenindo quedas, e ajuda no controle do peso corporal, o que reduz a sobrecarga sobre as articulações”, explica o ortopedista Marcos Cortelazo, médico especialista em joelho e traumatologia esportiva, membro da SBOT (Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia) e da SLARD (Sociedade Latino-americana de Artroscopia, Joelho e Esporte).

Além dos fatores mecânicos, existem evidências do Colégio Americano de Reumatologia e da Sociedade Internacional de Pesquisa em Osteoartrite que indicam que exercícios físicos são fundamentais. “Eles ajudam a melhorar a qualidade de vida desses indivíduos e levam à liberação de endorfinas, substâncias com ação analgésica, podendo, assim, diminuir o consumo de analgésicos”, acrescenta o ortopedista e traumatologista Moisés Cohen, membro da mesa diretora do Hospital Israelita Albert Einstein e professor titular de ortopedia e medicina do esporte da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Outra vantagem da malhação é que ela aumenta a circulação sanguínea, melhorando a oxigenação e a nutrição das estruturas articulares. Segundo Cortelazo, isso estimula a produção do chamado líquido sinovial pela membrana sinovial, o tecido que reveste as articulações no seu interior. “Esse líquido nutre, hidrata e lubrifica a cartilagem, melhorando seu poder de amortecimento e sua mobilidade, levando a um menor desgaste articular e menos dor”, diz o ortopedista da SBOT.

Cuidados necessários na hora da prática

Apesar dos inúmeros benefícios da atividade física para quem convive com a osteoartrite, o início da prática exige precaução. O primeiro o é consultar um médico, que avaliará o quadro clínico e poderá liberar a realização dos exercícios, além de acompanhar a evolução do paciente. A orientação de um profissional de educação física também é indispensável para garantir segurança e eficácia.

Quase todos os pacientes com artrose podem — e devem — se movimentar. O segredo está em escolher o tipo certo de exercício e o momento adequado para iniciá-lo. Para quem não tem o hábito de se exercitar, o ideal é começar com atividades leves, como caminhadas ou hidroginástica, e aumentar a intensidade gradualmente.

“Existem algumas contraindicações, como as modalidades de alto impacto ou qualquer atividade durante uma crise de dor ou inchaço. Na dúvida, procure seu médico, por ser de fundamental importância ter um bom mapeamento do tipo de artrose que o paciente tem e estabelecer um cuidado individualizado para cada indivíduo”, alerta Cortelazo.

Além do exercício físico, o tratamento da osteoartrite deve ser multidisciplinar: o apoio de nutricionistas, fisioterapeutas e educadores físicos contribui para preservar a mobilidade, reduzir os sintomas e retardar o avanço da doença.

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