De acordo com especialistas consultados pela CNN, a fratura pélvica é provocada por traumas fortes, conhecidos no ambiente médico como traumas de "alta energia", comuns em acidentes automobilísticos, quedas de grandes alturas ou atropelamentos, como no caso de Kayky.

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"A pelve, também conhecida como bacia, é uma das partes que integra o quadril. Não é raro fraturar, mas precisa de um trauma muito forte", afirma o médico ortopedista Fernando Baldy, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT).

Quando a pelve é comprometida por um traumatismo, que provoca fratura ou uma abertura, é necessário realizar a fixação.

"Nessas duas condições, é preciso colocar no lugar. Em um acidente de moto ou um atropelamento, por exemplo, o veículo bate nas costas do indivíduo e aquilo pode proporcionar uma fratura como se fosse um livro aberto", explica o cirurgião do quadril do hospital Sírio Libanês Giancarlo Cavalli Polesello, associado da Sociedade Brasileira do Quadril.

O ortopedista explica que as lesões do tipo "livro aberto" são as mais simples, mas que também é possível haver fratura da articulação. No caso do quadril, a articulação se chama acetábulo.

"Se for dentro da articulação do quadril, ou seja, no acetábulo, também é perigoso, porque pode deixar a articulação desalinhada e isso pode gerar sequelas", descreve Polesello.

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Fixação externa ou interna

As fixações de fratura da pelve podem ser do tipo externo ou interno. No primeiro caso, há o uso de um fixador externo, colocado para estabilizar o local. Já no segundo cenário, há a utilização de parafusos e/ou placas.

"Normalmente, a gente coloca o fixador externo quando o paciente está clinicamente mal, porque ele bateu a cabeça ou está em coma, por exemplo. Então coloca um fixador externo para estabilizar a pelve e poder dar sequência no tratamento", explica o vice-presidente da SBOT.

Os especialistas explicam que a fixação é um procedimento complexo e importante, pois as fraturas podem resultar em consequências graves, incluindo óbito.

"No caso da fratura do anel pélvico, quando existe essa fratura que a gente chama de 'livro aberto', há sangramento. Se ela não for fechada, ou seja, fixada, você pode propiciar que muito sangue se acumule na pelve e o paciente entra em choque por falta de sangue, podendo vir a óbito", esclarece Polesello. 

Segundo ele, há casos em que o paciente morre ainda no local do acidente. Por isso, "é muito importante o diagnóstico, já no local do acidente, e a remoção rápida para um serviço de traumatologia que possa atender os primeiros socorros e fechar a pelve".

Sobre a recuperação, os médicos ressaltam que depende muito do caso. Em geral, o paciente precisará de, pelo menos, 8 a 12 semanas para se recuperar, podendo haver sequelas.

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