"O Alzheimer é uma demência. De todas as demências que existem, que são doenças neurológicas que acabam impactando na perda de habilidades cognitivas, essa acaba sendo a doença mais comum", aponta ele, que estima que ela é diagnosticada em 50% dos pacientes de terceira idade que começam a apresentar declínio cognitivo.

"É uma doença neurodegenerativa e com correlação com a parte genética, além de pesquisas mostrando que o estilo de vida pode influenciar sua manifestação", esclarece. "A doença começa acometendo uma parte íntima do lobo temporal, a região do hipocampo onde a memória a a ser consolidada", acrescenta.

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Foto: CNN (18.ago.2020)

Apesar de sempre ser associado à perda de memória, o Alzheimer "tem algo a mais", segundo explica o neurocirurgião. "O marcador inicial clínico acaba sendo isso, mas conforme o tempo a, a doença pode progredir e acometer diversas partes do tecido cerebral, levando a um estágio que, no início, se mostra como orientação de memória e de orientação espacial, mas lenta e progressivamente a pessoa perde o conhecimento de si própria e a capacidade de fazer todo o gerenciamento do próprio autocuidado", relata.

O médico indica que estimular o cérebro com novos conhecimentos e diferentes "caminhos" para uma mesma atividade pode auxiliar a abrandar a manifestação da doença. 

"A genética tem seu papel, mas não é a única preponderante. O que podemos fazer para ajudar é ter um estilo de vida saudável – comer bem, dormir bem, fazer atividades físicas – e estimular o cérebro o máximo possível para que a gente tenha diversos caminhos para solucionar os nossos problemas, mesmo na terceira idade", conclui.

Além do Alzheimer, outros tipos de demência também podem acometer as capacidades cognitivas. São elas a demência vascular – causada por pequenos derrames que, ao longo do tempo, levam a um machucado no tecido cerebral –, além de hidrocefalia de pressão normal, que é um acúmulo de líquidos no tecido cerebral que provocam alteração de memória e incontinência urinária. 

Gomes frisa que a carência de algumas vitaminas e o uso de determinados medicamentos podem atrapalhar o processo de atenção e consolidação da memória", o que pode levar a um diagnóstico equivocado para o Alzheimer. 

Por isso, ele orienta que, ao buscar atendimento médico, o paciente leve todo o histórico para o profissional, a fim de que ele tenha todas as informações necessárias para avaliar o caso corretamente.

(Edição: André Rigue)

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