O uso de meios financeiros e istrativos — como negar vistos, por exemplo — pelos Estados Unidos já era disseminado bem antes do primeiro mandato de Trump.

Tornou-se mais contundente com as disputas entre as grandes techs americanas e as autoridades regulatórias em várias partes do mundo, com ênfase para Reino Unido e União Europeia.

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A principal novidade nesse mix de segurança nacional e interesses comerciais e econômicos é o componente ideológico.

O atual governo americano considera que democracias liberais e suas instituições são dominadas por elites tecnocráticas que, a pretexto de manter seu controle do poder, perseguem e calam grupos políticos adversários.

Portanto, censuram vozes na internet, via Judiciário, e atentam contra a liberdade de expressão. Perseguem grandes empresas americanas que tentam escapar das regulações nacionais ou supranacionais, caso da Europa.

Do ponto de vista do atual governo em Washington, o ministro Alexandre de Moraes, o STF, o Ministério Público e o governo querendo regular redes sociais cabem direitinho nessa descrição.

Não só, portanto, pelo julgamento do ex-presidente por tentativa de golpe de Estado e o inquérito recentemente instaurado contra seu filho, que está nos Estados Unidos em campanha política para pressionar autoridades brasileiras.

De fato, as instituições brasileiras estão agora na linha de frente de uma crise com contornos graves para as relações entre Estados Unidos e Brasil. Seu desfecho é imprevisível.

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