"Lamentável é que um deputado brasileiro, filho do ex-presidente, está lá para convocar os Estados Unidos a se meter na política interna do Brasil. É isso que é grave. Isso que é uma prática terrorista. Renuncia ao seu mandato, pede licença do mandato para ir ficar tentando lamber as botas do Trump e de assessor do Trump pedindo intervenção na política brasileira. Não é possível aceitar isso. É só ler a entrevista na Veja que vocês vão saber de quem eu estou falando, isso sim é desrespeito ao Brasil, isso, sim é provocação", disse o presidente.
Na entrevista citada por Lula, o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) declarou que ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), se comporta como “um tirano”, que há perseguição política no Brasil.
"Esse cidadão pensava isso da Suprema Corte quando mentiram ao meu respeito? Ele pensava? Vocês conhecem alguma fala dele questionando a Suprema Corte? Não! O pai dele, quando nega a Justiça Eleitoral, não nega os votos que os filhos deles receberam, só nega o dele", afirmou.
"Então é preciso que haja um mínimo de bom senso. Se essa gente pensa que vai ganhar consciência da sociedade com mentira, é um engano. Eu tenho dito publicamente, ou seja, nós temos consciência de que a verdade precisa vencer na sua disputa política para que a gente não esteja vendo acontecer o que está acontecendo nesse país, o que está acontecendo em outros países. A convivência democrática é a única coisa saudável para que a sociedade possa viver em paz", continuou Lula.
No dia 26 de maio, Moraes atendeu um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e determinou a abertura de um inquérito contra Eduardo Bolsonaro.
Para a PGR, Eduardo tenta interferir no Judiciário para beneficiar o pai.
Segundo o procurador Paulo Gonet, há "evidências" de que o deputado estaria buscando "interferir no andamento regular dos procedimentos de ordem criminal, inclusive ação penal, em curso contra o sr. Jair Bolsonaro e aliados".