De acordo com as investigações da Polícia Federal, Arruda teria sido procurado por Mário Fernandes dois dias antes de se tornar comandante do Exército, no lugar de Freire Gomes. O ex-chefe do Exército, que foi demitido por Lula após 23 dias no cargo, confirmou o encontro.
"Eu conheço a fundo o general Mario, meu amigo. Confirmo que ele esteve lá me procurando, ele perguntou se ia assumir [o comando do Exército]. Eu não o expulsei da minha sala e disse que iria dar continuidade ao que o general Freire Gomes estava fazendo. Eu não confirmo essa matéria da imprensa [sobre ter expulsado o general Mário]", disse Júlio César, que ressaltou ainda que o general foi procurá-lo sozinho.
"Não teve encontro com dois generais da reserva, o encontro foi só com o Mário Fernandes. Não me lembro se ele estava com mais alguém. Conversamos sobre diversos assuntos. Ele não me questionou [sobre nada], ele foi lá para a gente conversar", afirmou o ex-comandante.
Mario Fernandes é apontado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como integrante do núcleo de radicais que defendiam um golpe de Estado no país. Sob poder dele, a Polícia Federal (PF) encontrou a minuta do chamado “Plano Punhal Verde e Amarelo”, que previa o assassinato do presidente Lula, do vice Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro Alexandre de Moraes.
Arruda e outros sete militares foram convocados como testemunhas do tenente-coronel Mauro Cid, que firmou um acordo de colaboração premiada em agosto de 2023.
O ex-comandante foi demitido do cargo após os desgastes desencadeados pelos ataques às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023.