"É muito raso a fala de que o Congresso Nacional não votou o Orçamento e o problema é esse", disse Lupion.

Para Lupion, "inexiste qualquer capacidade de articulação política" com o Congresso por parte do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o que explica a não aprovação do Orçamento de 2025.

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Na quinta-feira (20), o Tesouro Nacional suspendeu as linhas de crédito do Plano Safra 2024/2025, sob a justificativa de que o Congresso ainda não aprovou o Orçamento deste ano, além de problemas com as recentes altas na taxa Selic.

Anúncio de Haddad

Em meio a críticas do setor, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou, nesta sexta-feira (21), um crédito extraordinário de R$ 4 bilhões para resolver a questão, por meio de medida provisória (MP).

A entrevista de Pedro Lupion à CNN foi concedida horas antes da fala de Haddad. No anúncio, o ministro renovou as críticas ao Congresso pela não aprovação do Orçamento.

"Lamentavelmente, o Congresso ainda não apreciou o Orçamento. A informação que tenho é que sequer o relatório foi apreciado ainda, ou será apreciado no curto prazo", afirmou Haddad.

"O presidente da República disse que, em virtude do ritmo que as coisas estão, não podemos aguardar o Orçamento ser aprovado", acrescentou.

Após as críticas de Haddad, o relator da Lei Orçamentária Anual (LOA) deste ano, senador Angelo Coronel (PSD-BA), afirmou à CNN que Haddad sabe "muito bem onde está o problema" do ime no Congresso.

Para integrantes do Congresso Nacional, são três as discussões que travam o avanço da proposta: as emendas -- ainda sem acordo com o Supremo Tribunal Federal (STF) --, o programa Pé-de-Meia e o Vale-Gás, que ainda não estão no Orçamento.

A expectativa é de que o Orçamento seja apreciado no Congresso após o feriado de Carnaval, em março.

"A população é quem paga a conta, principalmente os produtores rurais, por causa de uma falta de articulação política total", afirmou Pedro Lupion. "Há um problema sério macroeconômico e político", acrescentou.

*Com informações de Gabriela Prado, da CNN, em Brasília

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