A ação da PF atende à determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
No entanto, o processo de extradição de foragidos internacionais envolve uma série de etapas e avaliações técnicas, conforme explicado por Felipe Seixas, diretor de cooperação internacional da Polícia Federal, em entrevista à CNN.
Seixas esclareceu que a Interpol é um dos principais mecanismos para a captura de foragidos internacionais, mas não é o único.
A organização, com 196 países associados, utiliza a chamada "difusão vermelha" para alertar sobre possíveis foragidos em todo o mundo.
O diretor explicou que, ao receber uma ordem judicial, a Polícia Federal analisa se os requisitos da Interpol estão preenchidos antes de encaminhar o pedido.
Em seguida, o processo segue para Leon, na França, onde é feita uma análise técnica e uma série de consultas para verificar se os requisitos são atendidos.
Um dos pontos cruciais nessa avaliação é a natureza política do caso. Seixas ressaltou que a Interpol é cautelosa para evitar se tornar instrumento de perseguição, seja ela política, racial ou militar.
"A Interpol preza por essa cautela para não se tornar um instrumento de eventual perseguição", afirmou.
A Polícia Federal mantém uma unidade dedicada à busca ativa de foragidos, tentando encontrar indícios de suas localizações. Quando há suspeitas, inicia-se uma cooperação bilateral com o país em questão. A presença de adidos policiais em 22 países facilita essa cooperação.
Seixas ressaltou que a PF não tem poder de polícia fora do Brasil, dependendo sempre da cooperação com autoridades de outros países para localizar e processar a extradição de foragidos.
O diretor também esclareceu que a dupla incriminação, quando o ato é considerado crime tanto no Brasil quanto no país onde o foragido se encontra, é relevante para o processo de extradição, mas não necessariamente para a inclusão na lista da Interpol.
Para a difusão vermelha, são considerados outros requisitos, como a gravidade do crime.
"Tem que ser um crime um pouco mais grave, não pode ser um crime com uma pena muito baixa", explicou Seixas, acrescentando que crimes violentos facilitam a inclusão na lista.