Segundo Vera Lúcia, o episódio ocorreu quando ela chegou para participar de um seminário organizado pela Comissão de Ética Pública da Presidência da República. Apesar de ser convidada como palestrante, a ministra foi impedida de ar o prédio onde o evento seria realizado.
"As duas pessoas ali atendentes e depois o vigilante que foi chamado por ela, eles se recusaram inclusive a ver, conferir, digamos, a minha identificação", relatou a ministra.
Vera Lúcia afirmou que apresentou sua carteira funcional com o brasão do Poder Judiciário, mas mesmo assim teve seu o negado.
A ministra ressaltou que não houve uma fala explícita de injúria racial, mas sim um conjunto de atos que impediram uma pessoa negra de ter o ao espaço público.
"Não houve uma fala de que você é negra e não pode entrar, houve um conjunto de atos que impediram uma pessoa negra exclusivamente por esta condição de ter o ao espaço ao qual eu fui convidada", explicou.
Vera Lúcia comentou sobre a presença de pessoas negras no meio judiciário. Ela destacou que o país é excludente a partir do recorte racial, o que se reproduz em todas as carreiras, incluindo o sistema de justiça.
A ministra reconheceu os esforços do Poder Judiciário em promover medidas afirmativas, citando sua própria presença no TSE como exemplo desse compromisso.
No entanto, enfatizou que ainda há muito a ser feito para combater o racismo estrutural.
"Qualquer pessoa em qualquer espécie de relação hierarquize esta relação em virtude da sua branquitude", afirmou Vera Lúcia, ressaltando que o racismo pode ser reproduzido até mesmo por pessoas negras em posições de poder.