Em participação no WW, Poggio explicou que a influência de grupos bolsonaristas nas sanções americanas está relacionada à configuração política específica do estado da Flórida, que conta com uma forte presença de brasileiros e conexões com figuras importantes da diplomacia dos Estados Unidos.
Conexões políticas na Flórida
O professor destacou que o Secretário de Estado Marco Rubio é senador pela Flórida, e o representante Corey Beus, também do estado, foi responsável por trazer Alexandre de Moraes à pauta. Essa configuração, somada à presença de Eduardo Bolsonaro e Jair Bolsonaro na região, confere um poder maior aos grupos brasileiros locais.
Poggio ressaltou que as motivações para possíveis sanções vão além das questões relacionadas ao Brasil, mas a conexão com a Flórida permite que o país seja envolvido. No entanto, o especialista alertou para a gravidade institucional que sanções contra um ministro do STF representariam.
"Não podemos esquecer ou negligenciar o fato de que, caso isso venha a acontecer, é sim uma medida de caráter bastante grave na relação entre Brasil e Estados Unidos", afirmou Poggio.
Ele acrescentou que tal ação seria inédita e simbolicamente impactante, considerando o que Alexandre de Moraes e o STF representam.
O professor sugeriu que, caso as sanções se concretizem, o Brasil deveria calibrar de forma inteligente sua resposta diplomática, reconhecendo a seriedade da situação, mas evitando uma escalada desnecessária do conflito.
A análise de Poggio ressalta a complexidade das relações internacionais e o delicado equilíbrio diplomático que o Brasil precisaria manter diante de tal cenário.