A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou, nesta manhã, a análise da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra oito acusados pela tentativa de golpe de Estado.

"Não tem absolutamente nada. Braga Netto não teve qualquer participação, qualquer relação, com os atos de 8 de janeiro", afirmou a defesa. O advogado também afirmou que o militar tem "reputação ilibada" e serviu ao Exército por 42 anos.

Braga Netto foi ministro da Casa Civil e da Defesa do governo de Jair Bolsonaro (PL). Também foi o vice da chapa de Bolsonaro na disputa pela reeleição em 2022. O general foi preso em dezembro de 2024, pela Polícia Federal (PF), sob suspeita de articular o plano de teor golpista.

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O que diz a denúncia da PGR sobre Braga Netto?

O ex-ministro é acusado dos seguintes crimes:

De acordo com a denúncia, Braga Netto é acusado de integrar a liderança de uma suposta organização criminosa, que articulava um plano de golpe de Estado para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 2022.

Braga Netto foi preso preventivamente pela Polícia Federal (PF) em dezembro de 2024, sob suspeita de envolvimento direto na tentativa de golpe. Segundo a PF, o general tentou interferir nas investigações e ar conteúdos sigilosos da delação premiada de Mauro Cid.

No último dia 14, a Primeira Turma do STF decidiu, por unanimidade, manter a prisão do general.

Financiamento do plano

Segundo a denúncia do procurador-geral da República, Paulo Gonet, o general teria se reunido com integrantes das Forças Especiais do Exército, os chamados "kids pretos", na residência funcional dele, no dia 12 de outubro de 2022, para discutir o plano para matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro do STF, Alexandre de Moraes.

"Na residência funcional do general Walter Souza Braga Netto, com a presença de Rafael Martins de Oliveira, Hélio Ferreira Lima e Mauro César Barbosa Cid, onde os denominados kids pretos debateram as ações clandestinas enfeixadas sob o nome Copa 2022, destinadas a neutralizar o ministro Alexandre de Moraes, nos moldes previstos pelo plano Punhal Verde Amarelo", escreveu Gonet na denúncia.

Mauro Cid, em delação premiada, revelou que Braga Netto foi responsável por levantar recursos para financiar a operação. O trecho foi utilizado pela PGR para embasar a denúncia.

"Em sua colaboração premiada, Mauro Cid esclareceu o meio, encontrado pela organização criminosa, para obter o montante necessário à realização da operação, ressaltando o relevante papel de Braga Netto no financiamento da ação", ressaltou a denúncia.

De acordo com a delação, Braga Netto teria obtido os recursos e entregado o dinheiro a um militar "kid preto", em uma sacola de vinho, durante um encontro.

"O coronel de Oliveira esteve em reunião com o colaborador (Cid) e o general Braga Netto, no Palácio do Planalto ou da Alvorada, onde o general Braga Netto entregou o dinheiro que havia sido solicitado para a realização da operação. O dinheiro foi entregue numa sacola de vinho", informou o documento da delação de Cid.

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