A pesquisa "A Classe C e a Saúde: os desafios de o a exames e consultas" traz um retrato sobre as dificuldades enfrentadas por mais de 100 milhões de pessoas que dependem do sistema público de saúde.

Segundo o estudo, 94% dos brasileiros da Classe C concordam com a seguinte frase: "o tempo de espera para a marcação e realização de consultas e exames no SUS coloca em risco a vida de muitos brasileiros".

O instituto conclui que a maioria das pessoas de Classe C sofre principalmente quando busca por uma consulta com um especialista. Nove em cada dez brasileiros desta faixa econômica que tentaram uma consulta pelo SUS afirmam que o tempo de espera foi longo.

A pesquisa aponta que uma parte dos brasileiros convive com doenças que poderiam ter sido evitadas se o SUS fosse mais ágil. Por exemplo, 24% dos cidadãos apresentaram piora no quadro de saúde por causa do tempo de espera para conseguir uma consulta ou exame na rede.

A demora nos atendimentos e as consequentes complicações na saúde fizeram com que os brasileiros da Classe C buscassem a rede privada de saúde. De acordo com o Locomotiva, 72% das pessoas viveram ou conhecem alguém que ou por essa situação.

Além disso, cerca de um a cada três brasileiros de Classe C já desistiram de uma consulta muito demorada no SUS e arcaram com custos de um atendimento particular.

O levantamento também aponta que a população vê benefícios na integração entre os sistemas público e privado, com 95% dos entrevistados apoiando medidas que facilitem o compartilhamento de informações entre os dois setores.

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Novo plano ambulatorial

O Instituto Locomotiva sugere um novo tipo de plano de saúde mais simples e mais ível. Veja o que seria ofertado:

Segundo o estudo, 92% dos brasileiros de Classe C são favoráveis ao produto sugerido pelo Instituto e 96% acredita que o plano melhoraria o o a consultas e exames.

A pesquisa foi realizada com 1.500 pessoas em 127 cidades de todas as regiões do Brasil. Foram entrevistados homens e mulheres com 18 anos ou mais, entre 19 e 21 de novembro de 2024.

As conversas foram feitas virtualmente e a margem de erro da pesquisa é de 2,6 pontos percentuais.

O Ministério da Saúde, responsável pelo SUS, enviou um posicionamento sobre a pesquisa. Leia abaixo na íntegra:

"O tempo de espera para a realização de consultas e exames é um dos maiores desafios da saúde pública e vem sendo reduzido pelo Governo Federal desde 2023. Essa é uma prioridade do Ministério da Saúde, e diversas iniciativas estão em curso para enfrentar esse desafio. Já foram conquistados avanços, como mostram os dados:

Em 2024, mais de 14,09 milhões de brasileiros realizaram cirurgias pelo SUS, um recorde histórico. Houve um crescimento de 3.868.078 procedimentos cirúrgicos eletivos (37,5%) em relação a 2022.

Também em 2024, o Programa Nacional de Redução de Filas viabilizou 1.348.727 cirurgias em todo o Brasil, cobrindo 99% da fila declarada pelos estados no início do ano, que somava 1.367.132 procedimentos.

O Programa Mais o a Especialistas está transformando o atendimento no sistema público de saúde. Além de tornar permanentes outras políticas voltadas à atenção especializada, como a redução de filas para cirurgias, o programa ou a oferecer pacotes de serviços integrados, incluindo consultas, exames e diagnósticos. Esse novo modelo substitui o sistema tradicional, no qual cada procedimento exigia que o usuário entrasse em uma fila diferente. O objetivo do Mais o a Especialistas é ampliar e agilizar o o dos pacientes a consultas ambulatoriais, exames especializados e outros procedimentos essenciais para um diagnóstico oportuno.

Inicialmente, foram priorizados os principais gargalos do Sistema Único de Saúde: cardiologia, oftalmologia, otorrinolaringologia, ortopedia e oncologia. No caso da oncologia, o tempo máximo entre a primeira consulta com o especialista e o diagnóstico deve ser de 30 dias. Para as demais especialidades, o prazo é de 60 dias.

Desde o ano ado, todos os estados brasileiros aderiram ao programa, assim como 99,3% dos municípios. Os planos de ação regionais foram aprovados e começaram a ser executados, abrangendo 86,6% (375) das Regiões de Saúde do Brasil. Com essas medidas, estima-se que 9.283.350 pessoas sejam beneficiadas ao longo de um ano, com a realização de exames e consultas.

O Ministério da Saúde tem apoiado as secretarias estaduais e municipais de saúde com normas, manuais, cursos e recursos financeiros, visando à efetivação das ações do programa.

Quanto às filas de espera, a gestão ocorre no âmbito dos estados e municípios. No entanto, o Ministério da Saúde está trabalhando para que, a partir do segundo semestre de 2025, os entes federados sejam obrigados a enviar todos os registros de regulação assistencial para a Rede Nacional de Dados em Saúde. Essa mudança permitirá um conhecimento real da totalidade das filas de espera, tanto para cirurgias quanto para procedimentos ambulatoriais". 

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