Segundo a declaração, obtida pela CNN, os dois estavam juntos no momento em que ele foi baleado na cabeça, na noite de domingo (1º), dentro de um imóvel na região conhecida como "Área 5", no Complexo do Alemão, zona norte da cidade.

A mulher contou que havia sido chamada ao local pelo próprio traficante, sob o pretexto de conversar sobre o relacionamento –que ela já não queria mais manter. Ao chegar, aguardou por ele na varanda até que ele apareceu por volta das 19h30, já com sinais de embriaguez. A discussão começou logo em seguida.

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Segundo o depoimento, Fhillip estava exaltado, fez diversas ofensas, danificou o celular da mulher e ameaçou atirar nela. Em um momento de tensão, chegou a apontar a arma para os pés dela, mas não disparou.

Ela relatou que, pouco depois, o traficante sentou-se no sofá, sacou novamente a arma, apontou para a própria cabeça e disse que iria se matar. Mesmo diante dos pedidos da mulher para que parasse, ele efetuou o disparo na têmpora direita. Ela estava ajoelhada diante dele e presenciou toda a cena.

Após o tiro, um grupo armado invadiu o local, retiraram o corpo do imóvel e aram a questionar a mulher sobre o ocorrido, demonstrando desconfiança. Ela conta que esses homens pediram para ver suas mãos e cheiraram à procura de vestígios de pólvora, e reconheceram que seria necessário fazer um exame pericial para comprovar sua versão dos fatos. Então a liberaram sob a orientação de que ela fosse até a delegacia e apresentasse a arma de fogo.

Ainda conforme o depoimento, o “Professor” vinha demonstrando sinais de depressão e já havia falado em tirar a própria vida. Ele misturava com frequência remédios controlados com bebidas alcoólicas, como uísque. A mulher também contou que ele estava abalado com reportagens recentes sobre suas atividades criminosas.

A polícia confirmou que não havia operação em curso na comunidade no momento do disparo, e também não houve registro de confronto armado. A investigação segue em andamento, com a principal linha apontando para suicídio.

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