Segundo Atoji, investigações recentes, como a operação "Fim da Linha", expam a dinâmica do Primeiro Comando da Capital (PCC) no estado de São Paulo, revelando sua infiltração no transporte público de ônibus e em organizações sociais na área da saúde.
O promotor destacou que o poder público é um alvo atrativo para a organização criminosa devido aos contratos vultosos e rentáveis. "A tendência é essa migração para o poder público, para as organizações, para contratos istrativos, porque a tendência é que eles ficam acima de qualquer suspeita lá, operando dentro desse mercado lícito", explicou Atoji.
Além disso, o representante do Gaeco mencionou que atividades particulares como postos de gasolina e lotéricas também são utilizadas pela organização criminosa, mas a tendência atual é a expansão para contratos públicos.
Atoji fez uma provocação ao poder público, sugerindo o desenvolvimento de mecanismos de compliance dentro das instituições públicas. Ele argumentou que uma simples pesquisa na internet sobre os sócios de empresas participantes em licitações poderia revelar ligações com organizações criminosas, evitando assim a celebração de contratos suspeitos.
"Se uma empresa dos ônibus fosse feito um Google em relação aos sócios que estão na empresa de ônibus, saberia quem são, são lideranças da organização criminosa, então esse contrato automaticamente não iria para frente se houvesse uma política de compliance consolidada", afirmou o promotor.
O Gaeco tem trabalhado em conjunto com a Polícia Civil e outras instâncias do Ministério Público para combater o crime organizado. Atoji ressaltou a importância da colaboração entre diferentes órgãos, incluindo o Ministério Público Eleitoral, para investigar possíveis candidaturas financiadas pelo crime organizado.