Iniciativas que valorizam a socio biodiversidade, fortalecem comunidades locais e promovem a conservação ambiental chamam a atenção, especialmente com a proximidade da COP 30, que acontecerá em Belém.

A conferência climática da ONU representa uma oportunidade única para ampliar o alcance dessas iniciativas, que já vêm desenvolvendo estratégias para conquistar novos mercados e atrair investimentos.

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COP 30 como catalisador para novos mercados

A realização da COP 30 em Belém coloca a Amazônia no centro das discussões climáticas globais e abre oportunidades para negócios sustentáveis.

Rubens Magno, diretor-superintendente do Sebrae/PA, que presta consultoria e apoia as empreendedoras, ressalta que o evento pode ser um marco para fortalecer políticas públicas e atrair investimentos para a bioeconomia regional.

“A COP 30 será um catalisador de novas oportunidades para os empreendedores amazônicos. A sustentabilidade já faz parte do DNA desses negócios, mas agora eles têm a chance de mostrar ao mundo como é possível conciliar desenvolvimento econômico e conservação ambiental”, afirma.

A mobilização para o evento já está em andamento, e iniciativas como capacitações e apoio a pequenos negócios vêm preparando o Pará para se consolidar como referência em economia verde.

A expectativa é que o legado da conferência se estenda para além do evento, promovendo um novo modelo de desenvolvimento para a região.

Negócios sustentáveis em ação

Empreendedoras paraenses demonstram que a sustentabilidade vai além da preocupação ambiental, abrangendo também impactos sociais e econômicos positivos. Entre os exemplos de sucesso, destacam-se algumas empresas:

Nunghara Biojoias

A marca transforma sementes e outros insumos naturais da Floresta Nacional do Tapajós (Flona) em peças exclusivas, adquirindo os materiais diretamente de comunidades locais.

“As parcerias com mulheres amazônidas nos permitem identificar novos materiais e fortalecer nossa identidade indígena”, explica Natashia Santana, CEO da marca.

Para a COP 30, a empresa está desenvolvendo uma coleção especial e planeja capacitar mulheres da região na produção de biojoias.

Madame Floresta
Focada em moda autoral sustentável, a marca utiliza fibras vegetais e insumos naturais como escamas de peixe e sementes de açaí.

“Cada detalhe das peças é pensado para valorizar as comunidades locais e garantir um ciclo produtivo sustentável”, afirma Graça Arruda, criadora da marca.

A empresa faz parte da Cápsula do Marajó, uma iniciativa que reúne marcas locais para fortalecer a economia criativa da região.

Deveras Amazônia

Especializada na produção de alimentos como geleias, licores e conservas à base de frutas nativas, a empresa alia conhecimento científico e tradicional.

“Nosso compromisso é com a socio biodiversidade amazônica e com a geração de renda para pequenos produtores”, destaca Valéria Moura, cofundadora.

Atualmente, a empresa mantém parcerias com 24 produtores locais e impacta diretamente mais de 100 pessoas, além de contribuir para a conservação de 800 hectares de floresta.