O procurador Igor João Alves, responsável pelo inquérito civil que motivou a reunião, cobrou dados detalhados e medidas urgentes. Organizações da sociedade civil, secretarias de saúde e representantes de hospitais participaram do encontro.

A entidade Humaniza Coletivo Feminista informou que o caso mais recente é de um bebê indígena que morreu em 29 de abril. A organização também denunciou maus-tratos no hospital local e questionou quais ações estão sendo tomadas para reduzir a mortalidade infantil e neonatal.

A Secretaria Municipal de Saúde confirmou duas mortes maternas, uma delas ocorrida em Manaus. Segundo a pasta, as causas estão sendo investigadas, com suspeitas de relação com Covid-19 e influenza.

O Hospital de Guarnição de São Gabriel da Cachoeira afirmou que os problemas vão além da estrutura da unidade e envolvem todo o sistema de saúde local.

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A prefeitura informou que o município recebe R$ 227 mil por ano via MAC (Montante Anual de Custos) e enfrenta dificuldades para ampliar a rede de Unidades Básicas de Saúde. A Secretaria pediu maior apoio da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI) e defendeu a presença da pasta nas comissões locais.

Segundo a Funai, os dados sobre as mortes chegaram por WhatsApp e a previsão é de que as investigações sejam concluídas em até 120 dias. A fundação também pediu informações sobre a vacinação na região e cobrou relatórios da Secretaria Estadual de Saúde.

Procurada pela CNN, a Funai não se manifestou e indicou a SESAI como responsável por prestar esclarecimentos.

Criada em 2010, a SESAI é ligada ao Ministério da Saúde e atua na coordenação da política de atenção à saúde indígena. Questionada pela CNN, a secretaria disse inicialmente que não tinha conhecimento dos casos. A pasta prometeu se manifestar até quinta-feira (22), mas não respondeu até a publicação desta reportagem.