Influenciadora confundida com mulher trans em Pernambuco se apresenta como Treinadora Monster nas redes sociais • Reprodução/Redes Sociais
Fisiculturista há 15 anos, Kely Moraes, 45, foi alvo de um ataque transfóbico na última segunda-feira (26) depois de ter sido confundida com uma mulher trans.
Moradora do bairro Roda de Fogo, na periferia da zona norte do Recife, ela divide a vida entre os treinos, o trabalho como personal trainer e gosta de criar conteúdos para as redes sociais. Na internet, compartilha dicas sobre bem-estar, autoestima e saúde mental.
“Eu costumo postar minha vida, meu cotidiano. Vivo lutando contra depressão e síndrome do pânico. Sempre que posso, falo sobre autoestima, porque isso melhora quem me acompanha e, principalmente, me ajuda também”, conta a profissional, que se apresenta nas redes sociais como Treinadora Monster.
A paixão pela musculação começou muito antes da formação acadêmica. Há três anos, Kely concluiu o curso de Educação Física, impulsionada pelo desejo de viver daquilo que ama. “Estar em academia sempre foi meu lugar. Nunca ei por uma situação tão constrangedora como essa”, desabafa.
Com 1,75m de altura, e dedicação ao físico, Kely se destaca pelo porte físico construído com muito esforço, disciplina e uma alimentação rigorosamente planejada. Rotina que, até então, causa iração e, em algumas, pessoas de preconceito por não ter dúvidas sobre a sexualidade da profissional. Na manhã de segunda, ela foi alvo de constrangimento e violência verbal dentro da academia da rede Selfit, em Boa Viagem, na zona sul do Recife.
Após ser impedida por uma aluna de ar o banheiro feminino, por ter sido confundida com uma mulher trans, a personal compartilhou todo o episódio com seus seguidores na internet. “Na hora, eu mantive a calma porque pensava na minha profissão. Mesmo sendo constrangida, ainda tive o medo e a preocupação de que aquilo pudesse prejudicar minha carreira, já que estava em uma academia de classe média alta. Eu amo o que eu faço”, afirma.
Mãe de uma jovem de 25 anos e avó de um menino de 7, Kely diz que, um dia após a confusão, sequer encontrou forças para sair de casa. “Eu não vou esquecer isso. É uma dor que fica. Mas não vão me calar. Eu sei quem eu sou”, reforça.
Kely aguarda o resultados das investigações da Polícia Civil de Pernambuco.
A academia Selfit se posicionou sobre a confusão dentro de uma unidade da rede. A empresa diz que lamenta o episódio e garantiu que "repudia" qualquer ato de preconceito, discriminação ou violência.
O homem e a mulher filmados tentando impedir que a personal utilizasse o banheiro feminino ainda não foram localizados pela CNN.