Em declarações ao Channel Four News britânico, numa entrevista que foi transmitida na sexta-feira (19), o presidente ucraniano descreveu a ostentação do líder republicano como “muito perigosa” – alegando que Trump não disse como seria o seu cenário pós-guerra.

Zelensky itiu que era possível que a afirmação do ex-presidente norte-americano fosse apenas propaganda eleitoral, ou o que ele chamou de “mensagem política”.

Mas o líder ucraniano assumiu que a possibilidade de Trump tomar decisões unilaterais que não favoreçam a Ucrânia o deixam "bastante estressado".

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A propensão de Trump para fazer pronunciamentos abrangentes sobre política externa ressurgiu em maio do ano ado, quando disse à CNN Internacional que caso fosse eleito presidente teria "essa guerra resolvida num dia, 24 horas”.

Questionado, Trump disse que resolveria o conflito ao se encontrar com Zelensky e com o presidente da Rússia Vladimir Putin, afirmando que "ambos têm pontos fracos e ambos têm pontos fortes e dentro de 24 horas a guerra estará resolvida, a guerra terminará”.

Zelensky tem geralmente evitado criticar Trump, preferindo não se inclinar para a divisão entre os Democratas e os Republicanos que apoiam Trump, responsáveis pelo bloqueio do financiamento adicional dos Estados Unidos para Kiev.

Durante o Fórum Econômico Mundial em Davos, o líder ucraniano questionou o que Trump faria caso Putin conseguisse tomar a Ucrânia e então asse a ameaçar os membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).

É amplamente aceito que uma vitória de Trump em novembro seria algo que Putin acolheria bem, dando-lhe a oportunidade, no mínimo, de manter os seus ganhos territoriais na Ucrânia e declarar uma vitória.

Em contraste, Zelensky continua a insistir que não pode haver acordo de paz que não preveja a remoção de todas as forças russas das terras que tomaram da Ucrânia desde 2014, incluindo a Crimeia.

A capacidade da Ucrânia para negociar com vista a esse resultado foi significativamente enfraquecida, pelo menos a curto prazo, pelo fracasso de contraofensiva durante o verão.

Mesmo assim, a istração Biden e a OTAN reforçam repetidamente que a Ucrânia não será coagida a qualquer acordo com a Rússia.

Quando lhe foi oferecida a oportunidade, na entrevista do Channel Four News, de convidar Trump para ir à Ucrânia, Zelensky não hesitou.

“Por favor, Donald Trump, convido você para ir à Ucrânia, a Kiev. Se você conseguir parar a guerra durante 24 horas, acho que será [razão] suficiente para isso”, disse o presidente da Ucrânia. “Talvez Donald Trump tenha realmente alguma ideia, uma ideia real, e possa partilhá-la comigo.”

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