Acabar com o uso de carvão, fornecer US$ 100 bilhões de financiamento climático por ano e fazer com que todas as vendas de carros novos sejam de zero emissões em 14 a 19 anos são um dos temas polêmicos em discussão no encontro que acontecerá em um momento crucial para o meio ambiente.
A conferência reúne anualmente 197 países para discutir pautas sobre mudanças climáticas e como agir para solucionar os problemas. Os debates acerca da Conferência das Partes já iniciaram, na quinta-feira (7), com a chamada Pré-COP 26.
A Reunião Parlamentar conta com presença de presidentes dos legislativos do G20 — grupo com as maiores economias mundiais e acontece em Roma, na Itália.
O presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), é o representante brasileiro no evento chamado "Parlamento para as Pessoas, o Planeta e a Prosperidade". Está em pauta como a ação parlamentar pode contribuir para frear as mudanças climáticas em níveis nacional, regional e internacional.
Em seu discurso, Pacheco afirmou que os parlamentares precisam manter o foco no enfrentamento da pandemia da Covid-19, mas não podem esquecer de temas como o combate à intolerância entre as nações e às desigualdades sociais e econômicas.
“Enquanto houver fome e miséria em qualquer parte do mundo, teremos um problema grave e comum a todos os países”, disse o senador.
A COP é a abreviatura de Conferência das Partes da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), que é um evento que acontece anualmente, mas foi adiado no ano ado por causa da pandemia.
Os líderes mundiais comparecem, mas muitas das discussões acontecem entre ministros e outras autoridades de alto nível que trabalham com questões climáticas. O 26 significa que esta é a 26ª reunião do grupo.
As conferências são eventos massivos com muitas reuniões paralelas que atraem pessoas do setor empresarial, empresas de combustíveis fósseis, ativistas do clima e outros grupos com interesse na crise climática.
Alguns deles são bem-sucedidos — o Acordo de Paris foi firmado durante a COP21, por exemplo — e alguns são dolorosamente improdutivos.
Mais de 190 países am o Acordo de Paris após a reunião da COP 21, em 2015, para limitar o aumento das temperaturas globais abaixo de 2 graus Celsius dos níveis pré-industriais, mas de preferência para 1,5 graus.
Meio grau pode não parecer uma grande diferença, mas os cientistas dizem que qualquer aquecimento adicional além de 1,5 grau irá desencadear eventos extremos climáticos mais intensos e frequentes.
Por exemplo, limitar o aquecimento a 1,5 graus em vez de 2 graus pode resultar em cerca de 420 milhões de pessoas a menos sendo expostas a ondas de calor extremas, de acordo com a ONU.
Os cientistas vêem 2 graus como um limite crítico onde o clima extremo transformaria algumas das áreas mais densamente povoadas do mundo em desertos inabitáveis ou as inundaria com água do mar.
Alok Sharma — um membro do Parlamento britânico e presidente da COP26 — disse que deseja que a conferência deste ano chegue a um acordo sobre uma série de objetivos principais, incluindo:
Embora o Acordo de Paris tenha sido um marco na busca para enfrentar a crise climática, ele não incluiu detalhes sobre como o mundo alcançaria seu objetivo. As COPs subsequentes buscaram tornar os planos a ela associados mais ambiciosos e detalhar cursos de ação.
“No papel, o Acordo de Paris sempre foi concebido como um processo cíclico – ‘vejo você em cinco anos, com planos melhores e esforços renovados’”, disse Lola Vallejo, diretora do programa climático do Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Relações Internacionais. “Então, agora, estamos neste prazo, adiados pela Covid-19.”
(*Com informações de Ivana Kottasová, da CNN Internacional, e da Agência Senado)