Essas demandas refletem o que Putin considera as "causas profundas" da guerra, um eufemismo para o que a Rússia enxerga como expansionismo ocidental em sua área de influência. O argumento russo remonta ao período pós-Guerra Fria, quando países do antigo Pacto de Varsóvia aderiram à Otan ou à União Europeia.
A postura de Putin ecoa um sentimento histórico de insegurança da Rússia, um país continental que sofreu diversas invasões terrestres ao longo de sua história. Essa percepção de ameaça tem sido explorada por líderes russos para justificar políticas expansionistas, como explica a especialista Lory:
"Nenhum governante da Rússia, ao longo de toda a história, se manteve muito tempo no poder sem tracionar os sentimentos de insegurança da Rússia, que é um país continental e que sempre sofreu invasões terrestres."
Quanto às sanções econômicas impostas à Rússia, sua eficácia tem sido questionada. Para serem realmente impactantes, as sanções comerciais necessitariam da adesão quase unânime dos grandes países. No entanto, existem brechas significativas, com nações como Brasil e China mantendo relações comerciais com a Rússia.
Uma medida mais drástica, ainda não utilizada pelos Estados Unidos, seria cortar completamente o o russo ao dólar. Embora potencialmente devastadora, essa ação poderia ser parcialmente contornada pela integração econômica da Rússia com a China.
O cenário atual sugere um ime complexo, onde as exigências russas colidem com princípios de soberania nacional e as sanções ocidentais enfrentam desafios de implementação global. A resolução do conflito na Ucrânia permanece, portanto, um desafio diplomático e geopolítico de grande magnitude.