A recuperação do papa e seu retorno às atividades trazem à tona discussões sobre a influência da Igreja Católica no cenário global e os desafios que enfrenta.
O professor de Relações Internacionais Vinícius Vieira destaca que o papa Francisco tem buscado reconfigurar o colégio cardinalício nos últimos 12 anos de seu papado. Essa ação visa equilibrar a representatividade entre regiões desenvolvidas e em desenvolvimento, refletindo a mudança no perfil dos fiéis católicos ao redor do mundo.
Francisco tem se empenhado em modernizar a Igreja e afirmá-la como uma força não apenas espiritual, mas também política, sem, contudo, envolver-se diretamente em questões partidárias. Seu foco tem sido o diálogo com a contemporaneidade e a busca por soluções para problemas globais.
A Igreja Católica enfrenta um cenário de declínio no número de fiéis, especialmente no Ocidente. Vieira aponta que há uma migração significativa de católicos para denominações evangélicas, principalmente na América Latina. Esse fenômeno tem levado a Igreja a buscar novos fiéis na África e na Ásia.
Além disso, a instituição lida com a necessidade de recuperar sua credibilidade após uma série de escândalos. O papa Francisco tem buscado enfrentar esses problemas através do reconhecimento das falhas adas e da implementação de reformas.
A questão da sucessão de Francisco é um tema relevante, considerando sua idade avançada e recentes problemas de saúde. O próximo papa terá o desafio de continuar o processo de modernização da Igreja, equilibrando as visões progressistas e conservadoras dentro da instituição.
A escolha do sucessor poderá refletir a nova realidade geográfica da fé católica, com a possibilidade de um papa vindo da América Latina ou da África, regiões onde a Igreja ainda mantém forte presença e potencial de crescimento.