"A punição deve ser feita para o crime da agressão, pela violação das fronteiras e a integridade territorial. Uma punição que deve estar ativa até o reconhecimento da violação da integridade territorial, e até que as perdas e danos da guerra sejam completamente compensados", disse.
A participação de Zelensky na Assembleia, que é realizada em Nova York, se deu por meio de um vídeo. O presidente ressaltou que sete países votaram contra a exibição de sua gravação, contra 101 que apoiaram.
Rússia, Belarus, Síria, Nicarágua, Cuba, Coreia do Norte e Eritreia são os países que foram contrários à participação de Volodymyr Zelensky na Assembleia-Geral da ONU.
"Um crime foi cometido contra a Ucrânia e exigimos punição justa. O crime foi cometido contra as fronteiras de nosso estado. O crime foi cometido contra a vida de nosso povo", disse Zelensky.
A Ucrânia queria que a Rússia fosse punida por tentar roubar território e pelo assassinato de milhares de pessoas, incluiu.
Em discurso para a ONU, nesta quarta-feira (21), o presidente ucraniano estabeleceu cinco metas que, de acordo com ele, serão necessárias para o estabelecimento de paz no país.
"Essa é a fórmula do crime e punição que já é conhecida da Rússia, essa é a fórmula da justiça e da lei que a Rússia deve sofrer assim como qualquer agressor. Aqueles que falam sobre neutralidade quando a paz e os valores humanos estão sob ataque, estão falando na verdade sobre indiferença", afirmou Zelensky.
"O quinto item é uma determinação sem o qual os outros quatro itens não funcionarão. Essa determinação dos parceiros para nos ajudar e ajudar a nós mesmos, e a determinação do mundo para se unir àquele que luta contra a agressão, contra um que ameaça a todos", acrescentou.
O presidente ucraniano disse à Assembleia Geral das Nações Unidas que o mundo deseja a paz em seu país, com exceção da Rússia.
“A Ucrânia quer paz. A Europa quer paz. O mundo quer paz”, disse.
Há “apenas uma entidade” entre todos os estados-membros da ONU que estava feliz com “sua” guerra, disse Zelensky, aludindo ao presidente russo Vladimir Putin sem dizer seu nome, acrescentando: “Não vamos deixar essa entidade” prevalecer sobre nós.
Em seu discurso, o presidente da Ucrânia também defendeu que as sanções impostas à Rússia se expandam aos cidadãos.
"Os cidadãos do agressor não poderiam fazer compras ou turismo em territórios que valorizam a paz. Uma punição por apoiar a maldade, tratamento especial devia ser feito para punir a Rússia, isso será um sinal para todos os outros agressores", afirmou Zelensky.
Zelensky pediu que a Rússia, um dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, perdesse seu poder de veto. "Enquanto o agressor for parte da tomada de decisões na organização internacional, você deve estar isolado deles, pelo menos até que a agressão pare".
O presidente também sugeriu a criação de um tribunal especial para punir a Rússia. "Isso se tornará um sinal para todos os possíveis agressores, de que eles devem valorizar a paz ou ser responsabilizados pelo mundo".
Zelensky foi aplaudido de pé pela maioria dos delegados após seu discurso. A delegação russa permaneceu sentada e não aplaudiu.
O presidente dos Estados Unidos Joe Biden também falou, nesta quarta-feira (21), na Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York. Ele acusou a Rússia de provocar a crise de alimentos no mundo e defendeu a expansão do acordo de exportação de grãos com o país e a Ucrânia, que enfrenta a invasão russa há mais de seis meses.
Biden abriu o discursou falando sobre a invasão da Ucrânia pelo presidente russo Vladimir Putin: “Vamos falar claramente, um membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas invadiu o vizinho, tentou apagar o estado soberano do mapa”.
“A Rússia violou descaradamente os princípios fundamentais da Carta das Nações Unidas”, apontou. Ainda acrescentou que “os membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU devem consistentemente defender esta carta”.