O Parlamento húngaro aprovou uma lei proposta por parlamentares do partido governista Fidesz na semana ada proibindo a Marcha do Orgulho, alegando que ela pode ser prejudicial às crianças.

O primeiro-ministro Viktor Orbán, que enfrenta um desafio sem precedentes de um novo e crescente partido de oposição antes das eleições de 2026, criticou a comunidade LGBTQ+ e prometeu reprimir o financiamento estrangeiro da mídia independente e de organizações não governamentais na Hungria nas últimas semanas como parte de sua campanha.

Leia Mais

No poder desde 2010, Orbán promove uma agenda conservadora cristã.

 

"A vil lei aprovada (na última) terça-feira não se trata apenas de proibir o Orgulho, ela efetivamente permite a supressão de qualquer forma de protesto no futuro", escreveu no Facebook o organizador do protesto, o membro independente do Parlamento Akos Hadhazy.

Repórteres da Reuters no local estimaram que cerca de 2.000 pessoas estavam participando do protesto. Os manifestantes e ativistas do partido oposicionista Momentum gritaram "Europa" e "Fidesz imundo" enquanto tentavam bloquear uma ponte importante.

"Não se trata do Orgulho, trata-se de liberdade de reunião. Eles estão tentando restringir o direito de reunião, talvez acabar com ele completamente", disse Zsuzsa Szabo, de 72 anos, que deslocou-se de Kecskemet, uma cidade a leste de Budapeste, para protestar.

Na última terça-feira (18), manifestantes bloquearam uma ponte no centro de Budapeste após a aprovação do projeto em uma tramitação acelerada.

O prefeito liberal de Budapeste, Gergely Karacsony, criticou a lei e os membros do partido de oposição Momentum acenderam sinalizadores de fumaça em protesto no momento da votação no Parlamento.

Os organizadores do festival afirmam que a marcha anual do Orgulho não representa uma ameaça para as crianças e que planejam realizar o evento apesar da proibição.