O.C.G., pseudônimo usado pelo migrante no caso, desembarcou nos Estados Unidos nesta quarta-feira (4) e entrou em contato com a Aliança Nacional de Litígios de Imigração, uma equipe jurídica que contesta as medidas do governo Trump de enviar migrantes para países com os quais eles não têm vínculos.

A equipe espera que ele seja levado sob custódia do Departamento de Segurança Interna (DHS), embora não esteja claro onde ele ficará detido, disse a diretora-executiva da Aliança à CNN.

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A CNN entrou em contato com o DHS e aguarda resposta.

O Juiz Distrital dos EUA Brian Murphy – que supervisiona um caso envolvendo migrantes deportados para países que não são seus países de origem – ordenou o retorno de O.C.G. no mês ado, determinando que sua remoção para o México e, posteriormente, para a Guatemala, provavelmente "carecia do devido processo legal".

Após entrar nos EUA e ser deportado pela primeira vez, O.C.G. retornou aos EUA em 2024, quando buscou asilo, tendo sofrido "múltiplos ataques violentos" na Guatemala, de acordo com documentos judiciais.

A caminho dos EUA, durante a segunda viagem, O.C.G. disse que foi estuprado e mantido refém no México – um detalhe que ele revelou a um juiz de imigração durante o processo.

Em 2025, um juiz decidiu que ele não deveria ser enviado de volta ao seu país natal, segundo os documentos. E apenas dois dias depois, o governo o deportou para o México, de acordo com a ordem de Murphy.

O.C.G. alegou que não lhe foi dada a oportunidade, antes de sua deportação, de comunicar seu medo de ser enviado ao México e que seus pedidos para falar com um advogado foram rejeitados.

O governo inicialmente argumentou que O.C.G. havia comunicado às autoridades, antes de sua deportação, que não tinha receio de ser deportado para o México, mas recentemente voltou atrás.

De acordo com a decisão de Murphy, O.C.G. afirmou durante o processo de imigração que temia ser enviado para o México, mas o juiz lhe disse que, como o México não é seu país de origem, ele não poderia ser enviado para lá sem etapas adicionais no processo.

A decisão de Murphy veio dias depois de um tribunal de apelações negar o pedido do governo Trump para suspender uma ordem que o obrigava a facilitar o retorno de um imigrante venezuelano de 20 anos deportado indevidamente para El Salvador no início deste ano.

Durante uma audiência no mês ado, a juíza distrital dos EUA Stephanie Gallagher afirmou que as autoridades não fizeram praticamente nada para cumprir sua ordem de "facilitar" o retorno do migrante aos EUA, vindo da megaprisão em El Salvador, para onde foi enviado, para que seu pedido de asilo pudesse ser resolvido.

Em um caso semelhante, o governo Trump está em um ime com outra juíza federal em Maryland sobre sua ordem de facilitar o retorno de Kilmar Abrego Garcia, um homem que foi deportado por engano em março.

A juíza distrital dos EUA Paula Xinis, que supervisiona o caso, tem enfrentado resistência do Departamento de Justiça e de membros do governo Trump, que continuam a frustrar uma "acelerada apuração" sobre o que as autoridades estão fazendo para facilitar o retorno de Abrego Garcia de El Salvador.

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