“É uma data carregada de emoções, não somente pelo que representa minha presença em Caracas nesse dia, mas por todas as circunstâncias”, expressou o opositor sobre a data da posse, em coletiva de imprensa na Argentina, após se reunir com o presidente Javier Milei.
González disse não poder dar detalhes de como fará para entrar na Venezuela em meio a ameaças do governo de Nicolás Maduro.
Nos últimos dias, autoridades venezuelanas espalharam anúncios em aeroportos e postos de controle do país, oferecendo uma recompensa de US$ 100 mil por informações que levem à captura de González, contra quem pesa um mandado de prisão, pela publicação de supostas atas eleitorais.
O ministro do Interior da Venezuela, Diosdado Cabello, pontuou anteriormente que, caso o opositor decida voltar ao país, haverá policiais esperando por ele no aeroporto.
“Não vou revelar mais do que já disse, que minha intenção é ir à Venezuela simplesmente para tomar posse do mandato que os venezuelanos me deram”, ponderou.
Questionado sobre como seria a cerimônia de posse, o ex-candidato opositor comentou não poder “adiantar”, já que “as circunstâncias hoje são muito complicadas”.
As declarações foram dadas ao lado do chanceler argentino, Gerardo Werthein, e da ministra da segurança de Milei, Patricia Bullrich.
Questionada sobre como a Argentina ajudará González na intenção de voltar à Venezuela, ela destacou que seu país apoia o “triunfo democrático” do opositor e que “a metodologia, as formas e a decisão de como será feita essa posse estão nas mãos de quem ganhou as eleições".
Milei reconheceu González como vencedor das controversas eleições de julho de 2024, que a oposição venezuelana denuncia terem sido fraudadas.
O poder eleitoral do país atribuiu a vitória do pleito a Maduro, mas nunca publicou as atas com os resultados detalhados que comprovam os votos por cada mesa eleitoral. O líder chavista afirma que no dia 10 de janeiro dará início ao seu terceiro mandato presidencial.
A Argentina foi o primeiro país visitado por González em um giro pelas Américas que o opositor realiza antes do início do próximo mandato presidencial da Venezuela. Neste sábado, além de se reunir com Milei, o ex-candidato venezuelano também se encontrou com o uruguaio Luis Lacalle Pou, em Montevidéu.
O Brasil não foi incluído no tour de González, que embarca ainda neste sábado para os Estados Unidos, onde terá um encontro com o presidente Joe Biden e líderes do Congresso do país. O opositor disse que um encontro com o presidente eleito Donald Trump ainda não está definido.
González também afirmou que antes do dia 10 de janeiro irá para o Panamá e para a República Dominicana, países com os quais o governo chavista está em conflito pelas declarações em repúdio à atribuição da vitória eleitoral a Maduro e a convalidação do suposto resultado pelo Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela.