Embora a finalidade dos objetos não esteja clara, especialistas disseram à CNN Internacional que eles poderiam ser usados ​​para ajudar a reerguer o navio ou protegê-lo dos olhares curiosos de drones.

O contratorpedeiro atingido era o mais novo navio de guerra do país e deveria ser um triunfo do ambicioso esforço de modernização naval da Coreia do Norte.

Em vez disso, um mau funcionamento no mecanismo de lançamento fez com que a popa deslizasse prematuramente para dentro da água, esmagando partes do casco e deixando a proa encalhada na pista, informou a mídia estatal KCNA, em uma rara issão de más notícias.

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O líder norte-coreano Kim Jong Un, que testemunhou o lançamento fracassado na cidade de Chongjin, no nordeste do país, chamou o ocorrido de "ato criminoso" e ordenou que o país consertasse rapidamente o navio, ainda sem nome, chamando-o de uma questão de honra nacional.

Desde então, as autoridades têm se esforçado para reparar os danos e punir os responsáveis, detendo quatro pessoas nos últimos dias, incluindo o engenheiro-chefe do estaleiro.

Analistas dizem que balões parecem estar sendo usados ​​no esforço da Coreia do Norte para consertar rapidamente o destróier.

"O que parecem ser balões foram instalados não para reflutuar o navio, mas para evitar que ele sofra mais inundações", disse o deputado Yu Yong-weon, legislador da Assembleia Nacional da Coreia do Sul e analista militar.

O capitão aposentado da Marinha dos Estados Unidos, Carl Schuster, disse que se os objetos forem de fato balões, eles podem ter um de dois propósitos: impedir o "reconhecimento de drones de baixo a médio nível" ou reduzir o estresse da parte do navio ainda encalhada no píer.

“Essa é a área que tem maior probabilidade de ter sido danificada, sofreu os danos mais graves e permanece sob intenso estresse, enquanto a área da frente permanece fora d'água”, disse ele.

Nick Childs, pesquisador sênior de forças navais e segurança marítima no Instituto Internacional de Estudos Estratégicos, disse que a Coreia do Norte pode correr o risco de danificar ainda mais o navio se estiver usando balões para mantê-lo flutuando ou elevá-lo.

“É muito provável que o navio esteja sob bastante estresse de qualquer maneira”, e içá-lo de cima pode agravar esse estresse, disse ele.

O procedimento normal seria obter o máximo de flutuabilidade possível no navio e então içá-lo por baixo, disse Childs.

De acordo com imagens de satélite compartilhadas pela Maxar Technologies, mais de uma dúzia de objetos brancos, semelhantes a balões, foram posicionados ao redor do destróier desde 23 de maio.

Com base no formato dos objetos e no que parecem ser barbatanas de cauda, ​​eles podem ser versões menores do que conhecemos como aeronaves aeróstatas, balões com uma leve semelhança com dirigíveis, disseram especialistas em defesa à CNN Internacional.

Assim como os dirigíveis, estes objetos flutuam graças a um gás de sustentação que os permite flutuar no ar ou na água.

As imagens não parecem mostrar nenhuma bexiga de flutuação sustentando o casco ou a fuselagem do navio, disse Schuster – algo que os EUA poderiam usar em tal situação. Ele acrescentou que a indústria marítima da Coreia do Norte pode não ser avançada o suficiente para tais técnicas.

A mídia estatal norte-coreana havia noticiado anteriormente que os danos foram menos graves do que se temia inicialmente e que não havia furos no casco, embora houvesse arranhões na lateral e um pouco de água do mar tivesse entrado na popa.

A estimativa era de que os reparos pudessem levar cerca de 10 dias – embora os analistas estejam céticos.

Schuster havia dito anteriormente à CNN Internacional que o trabalho de reparo poderia levar até seis meses, dependendo da extensão dos danos no casco, da quantidade de água que entrou no navio de guerra e da quantidade de "crosta de sal" que pode ter se formado em superfícies metálicas, como juntas.

A posição precária do navio também torna a operação de salvamento extraordinariamente complexa.

"Tê-lo meio dentro e meio fora d'água é basicamente a pior situação possível", disse Decker Eveleth, analista de pesquisa associado da CNA, uma organização sem fins lucrativos especializada em pesquisa de defesa.

Ele acrescentou que a operação seria mais simples se o navio tivesse virado completamente na água ou se tivesse caído completamente em terra.

"Mas, como está metade em terra e metade na água, se você tentar puxar a metade afundada para fora, corre o risco de torcer e quebrar a quilha", disse Eveleth, referindo-se à espinha dorsal estrutural que percorre o fundo do navio. "E se fizer isso, o navio inteiro vira sucata."

Childs disse que a Coreia do Norte pode ter que cortar o navio em pedaços e depois tentar salvar o que puder, porque endireitá-lo de sua posição atual é uma tarefa extremamente complexa.

“Muitas vezes, a única maneira de liberar o cais […] é desmontar pelo menos parte do navio para facilitar a operação, consertar o que sobrou, rebocá-lo e decidir se vai reconstruí-lo ou desmantelá-lo”, disse ele.

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