De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), médicos em Gaza têm realizado operações, incluindo amputações, sem anestesia.
“Nada justifica o horror ado pelos civis em Gaza”, disse o porta-voz da OMS, Christian Lindmeier, na terça-feira (7), durante uma conferência de imprensa em Genebra, destacando a “necessidade desesperada de água, combustível, alimentos e o seguro a cuidados de saúde para sobreviver”.
Segundo a OMS, 39% dos hospitais em Gaza não estão funcionando. Com 14 hospitais e 45 centros de saúde primários fechados, mulheres têm de dar à luz em abrigos, nas suas casas, nas ruas, no meio dos escombros, ou em unidades de saúde sobrecarregadas.
"O impacto psicológico das hostilidades também tem consequências diretas – e por vezes mortais – na saúde reprodutiva, incluindo um aumento de abortos espontâneos induzidos por stress, nados-mortos e nascimentos prematuros", diz a OMS.
A organização diz ainda que se os hospitais ficarem sem combustível, as vidas de cerca de 130 bebês prematuros que dependem de serviços neonatais e de cuidados intensivos ficarão ameaçadas, já que as incubadoras e outros equipamentos médicos deixarão de funcionar.
FOTOS - Veja imagens do conflito entre Israel e Hamas
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Acredita-se que o Hamas esteja abrigando no subsolo um número considerável de combatentes e armas
• Reuters
O conflito entre Israel e Hamas começou em 7 de outubro quando o grupo extremista islâmic disparou uma chuva de foguetes lançados da Faixa de Gaza sobre o país judaico. A ofensiva contou ainda com avanços de tropas por terra e pelo mar
• Reuters
Foguetes disparados em Israel a partir de Gaza
• REUTERS/Amir Cohen
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Após os ataques aéreos, o Hamas avançou no território israelense e invadiu a área onde estava acontecendo um festival de música eletrônica; mais de 260 corpos foram encontrados no local
• Reprodução CNN
Carros foram deixados para trás pelos motoristas que tentavam fugir do grupo extremista islâmico
• Reuters
Imagens mostram carros abandonados e sinais de explosões após ataque em festival de música eletrônica em Israel
• Reuters
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As forças israelenses responderam com uma contraofensiva que atingiu Gaza e deixou vítimas, inclusive, em campos de refugiados. Israel declarou "cerco total" e suspendeu o abastecimento de água, energia, combustível e comida ao território palestino
• 13/10/2023 REUTERS/Violeta Santos Moura
Destruição em campo de refugiados palestinos em Gaza após ataque aéreo de Israel
• Reuters
Pessoas carregam o corpo de palestino morto em ataque israelense no campo de refugiados de Jabalia, no norte da Faixa de Gaza
• 09/10/2023 REUTERS/Mahmoud Issa
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Campo de refugiados palestinos atingido em meio a ataques aéreos israelenses em Gaza
• Reuters
Prédios destruídos na Faixa de Gaza
• Ahmad Hasaballah/Getty Images
Escombros de prédio destruído após sataques em Sderot, no sul de Israel
• Ilia Yefimovich/picture alliance via Getty Images
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Delegacia destruída no sul de Israel após ataque do Hamas
• REUTERS/Ronen Zvulun
Palestinos queimam pneus de carros e bloqueiam estradas enquanto entram em confronto com as forças israelenses no distrito de Beit El, em Ramallah, na Cisjordânia
• Anadolu Agency via Getty Images
As Brigadas Izz ad-Din al-Qassam seguram uma bandeira palestina enquanto destroem um tanque das forças israelenses em Gaza
• Hani Alshaer/Anadolu Agency via Getty Images
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Bombeiros tentaram apagar incêndios em Israel após bombardeio de Gaza no sábado (7)
• Reuters
Foguetes disparados de Gaza em direção a Israel na manhã de sábado (7)
• CNN
Veja como funciona o sistema antimíssil de Israel
• CNN
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Ataque israelense na Faixa de Gaza
• 10/10/2023 REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa
Casas e prédios destruídos por ataques aéreos israelenses em Gaza
• 10/10/2023 REUTERS/Shadi Tabatibi
Tanque de guerra israelense estacionado perto da fronteira de Gaza
• Ahmed Zakot/SOPA Images/LightRocket via Getty Images
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Imagens se satélite mostram destruição na Faixa de Gaza
• Reprodução/Reuters
Salva de foguetes é disparada por militantes do Hamas de Gaza em direção a cidade de Ashkelon, em Israel, em 10 de outubro de 2023.
• Saeed Qaq/Anadolu via Getty Images
Salva de foguetes é disparada por militantes do Hamas de Gaza em direção a cidade de Ashkelon, em Israel, em 10 de outubro de 2023.
• Majdi Fathi/NurPhoto via Getty Images
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Barco de pesca pega fogo no porto de Gaza após ser atingido por ataques de Israel.
• Reuters
Palestinos caminham em meio a destroços de prédios destruídos por Israel em Gaza
• 10/10/2023REUTERS/Mohammed Salem
Palestinos caminham em meio a destroços de prédios em Gaza destruídos por ataques de Israel
• 09/10/2023REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa
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Soldados israelenses carregam corpo de vítima de ataque realizado por militantes de Gaza no kibbutz de Kfar Aza, no sul de Israel
• 10/10/2023 REUTERS/Violeta Santos Moura
Destruição em Gaza provocada por ataques israelenses
• 10/10/2023REUTERS/Mohammed Salem
Ataque israelense na Faixa de Gaza
• 10/10/2023 REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa
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Casas e prédios destruídos por ataques aéreos israelenses em Gaza
• 10/10/2023 REUTERS/Shadi Tabatibi
Munição israelense é vista em Sderot, Israel, na segunda-feira
• Mostafa Alkharouf/Anadolu Agency via Getty Images
Tanque de guerra israelense estacionado perto da fronteira de Gaza
• Ahmed Zakot/SOPA Images/LightRocket via Getty Images
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Chamas e fumaça durante ataque israelense a Gaza
• 09/10/2023REUTERS/Mohammed Salem
Sistema antimísseis de Israel intercepta foguetes lançados da Faixa de Gaza
• 09/10/2023REUTERS/Amir Cohen
Hospital na Faixa de Gaza usa geladeiras de sorvete para colocar cadáveres devido à superlotação do necrotério
• Ashraf Amra/Anadolu via Getty Images
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Fumaça sobe após um ataque aéreo israelense no oitavo dia de confrontos na Faixa de Gaza, em 14 de outubro de 2023
• Ali Jadallah/Anadolu via Getty Images
Homem palestino lava as mãos em uma poça ao lado de um prédio destruído após os ataques israelenses na Cidade de Gaza
• Ahmed Zakot/SOPA Images/LightRocket via Getty Images
Embaixada dos EUA no Líbano é alvo de protestos
• Reprodução CNN
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Palestinos protestam na Cisjordânia contra ataques de Israel
Hospital em Gaza é atingido por um míssil
• Reprodução
Hospital atacado em Gaza
• Reprodução
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Palestinos procuram vítimas sob escombros de casas destruídas por ataque israelense em Rafah, no sul da Faixa de Gaza
• 17/10/2023REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa
Cidadã palestina inspeciona sua casa destruída durante ataques israelenses no sul da Faixa de Gaza em 17 de outubro de 2023 em Khan Yunis
• Ahmad Hasaballah/Getty Images
Tanque de guerra israelense
• Saeed Qaq/Anadolu via Getty Images
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Ataque de Israel contra Gaza
• 11/10/2023REUTERS/Saleh Salem
Ataques a instalações de saúde
A OMS também afirma que as instalações de saúde continuam sob ataque. No dia 1º de novembro, o Hospital Al Hilo, que tem uma maternidade crucial, foi bombardeado.
O Comitê Internacional da Cruz Vermelha disse, nesta terça-feira (7), que o seu comboio humanitário foi atacado quando entregava suprimentos médicos essenciais às instalações de saúde na Cidade de Gaza.
E na sexta-feira, uma explosão perto da entrada do Hospital Al Shifa atingiu um comboio de ambulâncias que transportavam feridos que se preparavam para ir ao Egito. De acordo com o Ministério de Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, 15 pessoas morreram e 60 ficaram feridas.
Após o ataque, Israel reconheceu a ação, mas defendeu que a ambulância era “utilizada por uma célula terrorista do Hamas”.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, reagiu ao atentado, dizendo que estava horrorizado com o ataque. “As imagens dos corpos espalhados na rua em frente ao hospital são comoventes”, afirmou.
Muitos profissionais de saúde também perderam a vida durante o conflito. De acordo com o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (Ocha), citando números do Ministério da Saúde palestino, gerido pelo Hamas, 192 profissionais de saúde foram mortos desde o início da guerra.
Os Médicos Sem Fronteiras disseram que um dos seus colegas e vários membros da sua família foram mortos numa explosão no campo de refugiados de Al Shati nesta terça-feira (06).
“Médicos Sem Fronteiras (MSF) está de luto pela perda de um dos membros da nossa equipe em Gaza, Mohammed Al Ahel, que foi morto junto com vários membros de sua família em 6 de novembro”, disse a instituição de caridade médica.
VÍDEO - Enfermeira norte-americana descreve horrores que testemunhou em Gaza
Médicos exaustos e operações sem anestesia
De acordo com o Ministério da Saúde em Gaza, mais de 10.000 pessoas foram mortas em Gaza desde 7 de outubro e outras 25.400 ficaram feridas.
“Um colega nosso, cirurgião, teve que realizar uma amputação de uma criança sem anestesia suficiente para isso. Foi a forma que conseguiu fazer. Uma situação indescritível, catastrófica e desumanizante”, disse Renata.
Em entrevista ao jornal The New York Times, médicos e enfermeiros que atuam nos hospitais em Gaza relatam que precisam decidir quais pacientes receberão ventiladores, quem será reanimado ou receberá tratamento médico.
Eles tomam decisões exaustos, em meio aos gritos de crianças submetidas a amputações ou cirurgias cerebrais sem anestesia ou água limpa para lavar as feridas.
A agência da ONU para refugiados palestinos (UNRWA) recebeu cinco caminhões de medicamentos por meio da travessia de Rafah. Mas apenas oito dos 35 medicamentos criticamente necessários foram recebidos.
"Suprimentos médicos e medicamentos adicionais são urgentemente necessários para continuar a prestar serviços de saúde nos centros de saúde, nos postos médicos dos abrigos e nos hospitais", diz a UNRWA.
A agência acrescenta ainda que o estoque de combustível está muito baixo, tornando muito difícil a prestação de cuidados de saúde primários nos centros de saúde.
Grande parte de Gaza está sem eletricidade depois de Israel ter cortado o fornecimento e a principal central elétrica ter ficado sem combustível há quase quatro semanas, diz a UNRWA.