CIA homenageia abolicionista Harriet Tubman com estátua de bronze

Além disso, Tubman será destaque na nota de vinte dólares dos EUA  

Ingrid Oliveira, da CNN, em São Paulo
Harriet Tubman símbolo abolicionista
Estátua de Harriet Tubman, símbolo abolicionista  • CIA
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A Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA) inaugurou em setembro uma estátua de bronze na sede da instituição para homenagear Harriet Tubman (1820-1913), símbolo abolicionista.

Tubman, era muitas vezes chamada como o homônimo bíblico “Moisés”. Ela foi uma escrava liberta que arriscou sua vida inúmeras vezes para contrabandear outros escravos para o norte nos anos anteriores à Guerra Civil.

Durante a guerra, Harriet Tubman era uma espiã ajudando a reunir informações vitais para o Exército da União.

“A nova estátua de Harriet Tubman na sede da CIA em Langley, Virgínia, será uma inspiração para os oficiais da Agência nos próximos anos”, escreveu a agência.

Papel na Guerra Civil e legado

Em 1861, no início da guerra, Tubman tinha experiência de dois anos liderando operações clandestinas entre o Sul e o Norte, e acreditava que uma vitória da União era o o fundamental para a abolição da escravidão.

O governador de Massachusetts na época, John A. Andrew, recrutou Tubman para trabalhar para o Exército da União.

Ela foi designada para o major-general David Hunter, que estava encarregado das atividades da União na Carolina do Sul, Geórgia e Flórida.

Ela recebeu documentos oficiais para viajar com o Exército da União como enfermeira.

Apesar de ter desempenhado essas funções enquanto visitava diferentes campos hospitalares, ela também trabalhou para recrutar espiões, explorar vias navegáveis ao longo da costa e relatar informações valiosas aos oficiais da União, ao mesmo tempo em que ajudava os locais escravizados a fugir para a liberdade.

Retrato oficial de Harriet Tubman / CIA
Retrato oficial de Harriet Tubman / CIA

Tubman apoiou a inteligência do Exército da União usando o ofício que aprendeu como operadora na Ferrovia Subterrânea. 

Em junho de 1863 ela teve função de liderar 150 soldados da União Afro-Americana no Combahee River Raid.

Na noite de 1º de junho, três canhoneiras federais partiram de Beaufort, Carolina do Sul, subindo o rio Combahee. Tubman obteve informações sobre a localização de torpedos confederados plantados ao longo do rio, o que permitiu que os navios da União se afastassem do perigo.

À medida que os navios continuavam subindo o rio, as tropas da União — muitas das quais anteriormente escravizadas — convenceram centenas de homens, mulheres e crianças escravizados a embarcar em seus barcos. Uma pequena companhia de tropas confederadas tentou, mas não conseguiu, impedir o ataque.

"Foi a inteligência que Tubman forneceu, que pôde salvar mais de 750 homens e mulheres escravizados, muitos dos quais mais tarde se juntaram à causa da União. Hoje, os historiadores consideram o Combahee River Raid um grande sucesso militar e de inteligência", escreveu a CIA em um comunicado.

Após a guerra, Tubman palestrou nos EUA apoiando os direitos dos afro-americanos e tornou-se um peça importante no movimento Sufrágio Feminino.

Ela faleceu em 1913, mas de acordo com a CIA, "sua história de vida e seu trabalho pela igualdade social continuam a inspirar gerações de pessoas em livros, museus e filmes", escreveram em um comunicado.