"É o Pepe?", questionaram.

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Pouco tempo depois, confirmaram que de fato se tratava do Fusca azul de Pepe Mujica. O ano era 2012, e Mujica, então presidente do Uruguai, deixava a loja de materiais com uma tampa de privada na mão.

Um dos jogadores do Huracán se aproximou de Mujica e perguntou se ele poderia dar umas palavras de motivação ao elenco, que disputaria contra o Progreso o playoff de ascenso para a primeira divisão do futebol uruguaio.

Vestido de calça esportiva e alpargatas, e com sua cachorra Manuela esperando no Fusca, Mujica reuniu os atletas na academia e apelou às origens "humildes" da instituição e sua "luta para seguir em frente", conforme contou ao diário El Observador o técnico do Huracán, Carlos Rodao.

"Há vezes em que o espírito humano pode mais que qualquer feito econômico", disse Pepe Mujica, sob o olhar atento dos jogadores.

Apesar de ser torcedor do Cerro, o presidente do país ainda prometeu que, em caso de classificação do Huracán à primeira divisão, estaria no churrasco de comemoração do ascenso.

Mujica ganhou uma salva de palmas do elenco e então voltou ao seu Fusca para voltar à sua casa. Afinal, precisava instalar a tampa da privada.

A cena, surreal se pensada no contexto de outros países, marcou os jogadores e a comissão técnica do Huracán. Mas as palavras de motivação do líder político não foram suficientes para o o da equipe.

Na final do playoff contra o Progreso, a equipe de Paso de la Arena, que havia perdido na ida por 3 a 1, venceu por 2 a 0 o jogo de volta e levou a decisão para os pênaltis. Nas penalidades, porém, viu o goleiro Jorge Rodríguez, do Progreso, defender três cobranças e classificar o clube de Montevidéu à elite do futebol uruguaio.

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