Bertazzo revelou que a equipe estava confiante quanto à possibilidade de uma indicação, especialmente após a estreia do filme no Festival de Veneza. "A gente entendeu a potência do filme naquela sala lá em Veneza. Foi um dia que a gente entendeu que o filme tinha uma jornada muito gloriosa", afirmou o ator.
No filme, Bertazzo interpreta Scheneider, um personagem envolvido no sequestro de Rubens Paiva durante a ditadura militar brasileira. O ator destacou como sua própria experiência de desvalorização da arte nos últimos anos o ajudou a se preparar para o papel.
"Havia uma chamada de denúncia ali naquilo que eu estava fazendo. Eu estava ali fazendo um personagem que sequestra o Rubens Paiva, mas dentro de mim havia uma denúncia também", explicou Bertazzo, ressaltando a importância de retratar esse período histórico.
O ator também comentou sobre a complexidade de interpretar personagens que participavam de atos de barbárie com uma aparente normalidade. "A gente começou a entender que esses personagens eram uns burocratas que estavam ali apenas resolvendo uma situação que para eles era como bater um ponto", disse, enfatizando o contraste entre a brutalidade dos atos e a banalidade com que eram executados.
Bertazzo concluiu a entrevista ressaltando o significado mais amplo do filme no contexto político atual. 'Esse filme é um abraço à nossa democracia', afirmou, posicionando a obra como uma resposta às vozes que pedem o retorno da ditadura.
Com suas palavras, o ator não apenas celebrou o reconhecimento internacional do cinema brasileiro, mas também reforçou o papel da arte como instrumento de reflexão e defesa dos valores democráticos.