Formada em Hawthorne, Califórnia, em 1961, a banda The Beach Boys é tida como uma das mais influentes na história do rock. Emplacou dezenas de canções nas paradas de sucesso, como as clássicas "Wouldn't It Be Nice", "Sloop John B", e "God Only Knows", e teve discos recordistas de venda.
Ela foi inicialmente formadas por membros de uma mesma família, os irmãos Brian, Carl e Dennis Wilson e seu primo Mike Love, além de um amigo próximo, Al Jardine. Posteriormente, ainda recebeu Bruce Johnston, Rick Fataar, David Marks e Blondie Chaplin.
Brian Wilson, Mike Love, Al Jardine, David Marks e Bruce Johnston estão no documentário. Carl e Dennis Wilson faleceram em 1998 e 1983, respectivamente.
"A parte mais difícil disso tudo foi com certeza não ter Carl e Dennis para conversar com a gente. E em alguns sentidos o Brian também, ele não é muito mais verbal", ressaltou Frank Marshall. "Queria ter conversado com eles como conversei com os outros, todos tiveram altos e baixos que valem a pena ser mostrados", acrescentou.
Em fevereiro deste ano, Brian Wilson foi diagnosticado com demência. A notícia foi compartilhada nas redes sociais do músico, um mês após a morte de sua esposa, Melinda Ledbetter.
Apesar de não ter os membros vivos para "adicionarem" informações, o documentário buscou trazer falas dos membros já falecidos em entrevistas arquivadas gravadas ao longo da história da banda.
"A música dos Beach Boys teve muito impacto no mundo, além de que faz 60 anos e eles ainda estão por aí. Por qual motivo isso acontece? Eu queria explorar o que fez isso acontecer. A música deles é uma celebração da vida, mas é bem complexa, pessoas de 8 a 80 anos gostam, eu realmente quis investigar sobre o que era tudo isso", contou Frank Marshall sobre a importância do documentário.
Frank é conhecido por outras produções biográficas sobre membros da indústria musical, como os Bee Gees ("The Bee Gees: How Can You Mend a Broken Heart"), Johnny Cash ("The Gift: The Journey of Johnny Cash") e a série de Paul McCartney ("McCartney 3,2,1"). A produção sobre o grupo californiano, no entanto, tem suas particularidades.
"Eles foram uma banda vivida entre família e amigos próximos, que cresceram juntos e deu muito certo de todos eles conseguirem colaborar de algum jeito. Eles tinham essa harmonia natural", pontuou Marshall.
"O fato de que também tivemos Brian Wilson, que é um verdadeiro gênio da música, os guiando é outra coisa, mas na verdade é uma situação única onde você tem esse líder, mas os outros integrantes são essenciais para fazer tudo isso funcionar. Sem todos eles juntos, a banda não aconteceria do jeito que aconteceu", complementou.
Além dos membros do Beach Boys -- Brian Wilson, Mike Love, Al Jardine, David Marks e Bruce Johnston --, outros nomes do ramo musical estão na obra, incluindo Lindsey Buckingham, do Fletwood Mac, Janelle Monáe, Ryan Tedder e Don Was.
"Eu gostei de escolher e colocar artistas que se inspiram nos Beach Boys para fazer sua música hoje. O grupo criou esse "sonho californiano" seguido ainda por alguns. Janelle Monáe foi inspirada pela harmonia e as letras. Ryan Tedder também, ele cresceu ouvindo Beach Boys. O Lindsey, é como se fosse um gênio reconhecendo o outro", afirmou o diretor.
Em determinado momento, o documentário se aprofunda na “rivalidade” existente entre os membros do grupo californiano e os Beatles, questionando se ambos teriam sido tão grandiosos se não tivessem visto na “competição” entre si um estímulo para construir a carreira.
Além de nomes da indústria musical, a produção traz ainda relatos e opiniões de Paul McCartney, um dos integrantes do famoso grupo de Liverpool. Os dois grupos foram formados na mesma época e disputavam constantemente o topo das principais paradas musicais.
"Eu acho que foi uma competição amigável, eles inspiravam uns aos outros. Eu conversei com o Paul McCartney também e ele confirma isso. Eles adoravam ouvir o que os Beach Boys estavam fazendo, pois isso os fazia querer ser maiores e melhores", disse Frank.
"Não acho que haveria um sem o outro, pelo menos não em toda a grandiosidade que foram. Não haveria Beatles como conhecemos hoje sem Beach Boys. Não haveria 'Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club' sem o 'Pet Sounds'", complementou ele, referindo-se aos dois grandes discos dos grupos.
"Eu espero que com o documentário as pessoas percebam o impacto dos Beach Boys na música e que eles são atemporais e uma verdadeira celebração de esperança, amor, alegria, amizade. Precisamos de Beach Boys no mundo hoje. Espero que as pessoas os escutem", concluiu o diretor.
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