"Não há nenhuma dúvida que o denunciado Jair Messias Bolsonaro conhecia, manuseava e discutiu sobre a minuta do golpe", disse Moraes durante o julgamento da issibilidade ou não da denúncia contra Bolsonaro e outras sete pessoas por suposta tentativa de rompimento do Estado Democrático de Direito em 2022.
O documento, segundo as investigações, consistia no planejamento de um golpe de Estado em 2022 que impediria a posse do então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
"A denúncia ainda aponta o documento encontrado na sede do Partido Liberal. Esse documento já é de conhecimento público e mostra o que ocorreria após um golpe de Estado", acrescentou Moraes, que é o relator do caso.
O magistrado leu em plenário uma mensagem interceptada pela Polícia Federal entre o general da reserva Mário Fernandes e o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
A mensagem, segundo os autos, diz: "Durante a conversa que eu tive com o presidente, ele citou que o dia 12 [de dezembro de 2022], pela diplomação do vagabundo, não seria uma restrição, que qualquer ação nossa pode acontecer até o dia 31 de dezembro e tudo. Mas aí, na hora, eu disse: ‘pô, presidente, mas o quanto antes… A gente já perdeu tantas oportunidades.”
"As interpretações sobre o fato vão ocorrer durante a instrução processual-penal. Se ele analisou e não quis, se analisou e quis, isso será no juízo de culpabilidade. Mas não há dúvida de que ele tinha conhecimento da minuta do golpe que foi apreendida", destacou Moraes.
O ministro acrescentou que Bolsonaro também tinha conhecimento sobre o chamado "Punhal Verde-Amarelo", o plano que previa o assassinato de autoridades como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes.