A jovem foi a primeira brasileira a ser aprovada na bolsa Rhodes, que financia a pós-graduação em Oxford.
Em conversa com a CNN, Luiza contou que não acreditava que poderia conseguir a bolsa. "Achava que não tinha o perfil acadêmico, duvidei muito, mas tive alguns anjos da guarda."
Esses "anjos da guarda" foram essenciais para conseguir tanto a bolsa para a graduação quanto para o mestrado. Ela disse que amigos, familiares, professores e mentores foram essenciais em sua trajetória, pois acreditaram no seu potencial e não a deixaram desistir.
O processo para conseguir a bolsa do mestrado durou cerca de seis meses e foi parecido com a aplicação para a graduação. Alguns dos documentos que Luiza teve que enviar foram:
"Selecionaram 14 finalistas para uma entrevista presencial, que foi mais focada no perfil da universidade de Oxford, e o resultado saiu no mesmo dia", contou.
Luiza, que cresceu em Goiânia, está empolgada com a aprovação, mas diz que o sentimento é "agridoce".
"Fico muito feliz e orgulhosa, mas acho que vem uma responsabilidade de garantir que eu não seja a única, de mostrar que eu não sou uma gênia extraterrestre e que é possível", comentou.
Essa não é a primeira vez que a educação transforma a história de sua família. Sua mãe foi a primeira a fazer faculdade entre os parentes. "Em uma geração, a história da minha família mudou muito, ciclos foram encerrados."
Por isso Luiza diz que é testemunha do que acontece quando uma criança de origem humilde tem o à educação de qualidade. "A educação é uma das principais alavancas para proteger as crianças e quebrar ciclos de pobreza. A educação é uma arma muito poderosa."
A primeira sugestão para jovens que também têm o sonho de estudar fora do país é não deixar que a síndrome do impostor tome conta.
"Durante o processo de aplicação para a graduação, eu pensei em desistir porque não falava inglês, mas eu tive pessoas que acreditavam em mim", comentou. "A principal dica é se rodear dessas pessoas".
Outra orientação é buscar organizações que ajudam os estudantes. "A Fundação Estudar tem um trabalho sério", disse. Ela recebeu apoio da instituição por meio do Programa de Bolsas Líderes Estudar. Com a bolsa, ela conseguiu se manter na Universidade Columbia durante a graduação.
Por fim, a estudante disse que os candidatos devem saber contar sua história. "O meu compromisso com a educação é profundo e influenciou muito na aprovação. O que faz seu olho brilhar é importante", finalizou.