A medida proíbe o uso de dispositivos eletrônicos até mesmo durante os intervalos. A exceção são as atividades pedagógicas que necessitem dos aparelhos, quando os alunos poderão usar o celular ou um computador sob a orientação dos professores.

A CNN entrou em contato com colégios particulares em São Paulo para saber quais normas estão sendo adotadas. Em geral, os alunos terão que deixar os celulares nas mochilas ou nos armários, e os educadores também deverão seguir regras para o uso dos aparelhos.

Leia Mais

Avenues

A Avenues, por exemplo, proíbe o uso dos celulares durante o horário escolar desde a inauguração. Os estudantes devem deixar os aparelhos na mochila e guardá-las nos armários individuais dentro da escola.

"Essa abordagem contribui para uma experiência escolar mais rica e equilibrada, incentivando a formação de laços sociais e o engajamento nas atividades escolares", disse Fernanda Cruz, diretora de conteúdo e eventos, à CNN.

"Além disso, promovemos eventos como rodas de conversa, painéis com especialistas e discussões com alunos e famílias sobre o uso consciente da tecnologia", acrescentou.

Avenues é a escola mais cara do Brasil, segundo ranking da Forbes, com mensalidades que vão de R$ 9 mil a R$ 15.182.

Colégio Porto Seguro

No Colégio Porto Seguro, os estudantes a partir do 6º ano contam com armários e carregadores para os celulares. Se a família permitir que o aluno leve o celular para a escola, ele deve deixar o aparelho no armário durante todo o período escolar, podendo ser retirado apenas na saída.

A escola informou que os estudantes que forem flagrados usando os dispositivos fora das orientações deverão "desligá-los e deixá-los na diretoria, onde serão guardados em um cofre até o horário da saída". 

Em caso de reincidência, o celular será devolvido à família em uma reunião com a presença do aluno. 

O Colégio Porto Seguro também recomenda que os professores e colaboradores evitem usar os aparelhos na presença de alunos.

Escola Lourenço Castanho

Já a Escola Lourenço Castanho adota medidas restritivas para o celular desde o início de 2024.

Os alunos do 1º ao 5º ano não podem levar o celular para a escola, e os estudantes do 6º ao 9º ano só podem usar o aparelho nos horários de entrada e saída – isso significa que a proibição se estende pelo período de aulas e o intervalo.

Para os estudantes do ensino médio, a escola autoriza o uso do celular durante o período do lanche, "por razões de autonomia progressiva".

Professores, educadores, inspetores e colaboradores não escaparam da regra: eles também não podem usar o dispositivo nos espaços de aprendizagem nem nos corredores.

Nos intervalos, a escola ou a promover atividades para dar alternativas ao celular, como oficinas de trabalho manual e de criatividade.

A Escola Loureço Castanho é a sétima mais cara do Brasil, com mensalidades que vão de R$ 9.353 a R$ 11.103.

Colégio Bandeirantes

Os estudantes do Colégio Bandeirantes devem manter os celulares desligados e guardados na mochila durante as aulas e intervalos. Eles podem usar os dispositivos apenas antes das 7h, após às 18h30, ou entre os turnos, das 12h30 às 13h.

"Caso seja identificado algum uso inadequado, a escola aplicará as medidas educativas, visando reforçar a conscientização sobre a importância dessas práticas", segundo a escola.

Além disso, em situações de urgência, as famílias podem entrar em contato com a secretaria ou a equipe de orientação educacional.

Emerson Bento Pereira, diretor de tecnologia educacional do Colégio Bandeirantes, acredita que a proibição traz vantagens para o processo de aprendizagem e o bem-estar dos alunos. "A medida busca reduzir distrações e aumentar a concentração durante as atividades acadêmicas, evitando que os estudantes percam o foco em conteúdos importantes", explicou.

O Ministério da Educação lançará guias de orientação para as redes de ensino nesta sexta-feira (31), durante um webinário. O objetivo é compartilhar estratégias para o uso consciente dos celulares.

Tópicos
CelularesEscola