O resultado foi puxado, principalmente, pelo crescimento de 21,6% da agropecuária, maior alta para o setor desde o quarto trimestre de 1996. O setor responde por cerca de 8% de toda a economia do país.

Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, explica, em nota, que problemas climáticos impactaram negativamente a agropecuária ano ado e esse ano a previsão é de safra recorde de soja, que representa aproximadamente 70% da lavoura no trimestre, com crescimento de mais de 24% de produção.

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Além disso, a safra da soja é concentrada no primeiro semestre do ano. "Na comparação entre o quarto trimestre de um ano ruim com um primeiro trimestre bom, observa-se o crescimento expressivo da Agropecuária", afirma.

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-BR) — considerado uma prévia do PIB e divulgado no dia 19 de maio pelo Banco Central — já apontava para expansão econômica no primeiro trimestre, ao marcar alta de 2,41%. Em relação ao primeiro trimestre de 2022, o indicador mostrou crescimento econômico em 3,87%. Já em comparação aos últimos 12 meses até março, o IBC-Br indicou que a atividade econômica cresceu 3,31%, impulsionada pelo elevado volume de serviços.

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Serviços também em alta

Ainda no campo positivo, o setor de serviços, que tem o maior peso no indicador, cresceu 0,6% no período. O resultado foi puxado, principalmente, pelas altas nos setores de Transportes e Atividades Financeiras, ambos com crescimento de 1,2%.

“A alta no setor dos Transportes foi influenciada tanto pelo transporte de carga quanto o de ageiros e nas Atividades Financeiras, foi puxada pela parte de seguros, pois o valor dos prêmios cresceu, mas o dos sinistros caiu, e o setor tem um ganho quando acontece isso”, pontua Palis.

Por outro lado, o setor de Informação e comunicação (-1,4%) apresentou a maior queda do primeiro trimestre para os serviços. “A queda dessa atividade pode ser explicada, em grande parte, por uma base de comparação alta. Foi a atividade que mais cresceu depois da pandemia, se encontra 22,3% acima do patamar do quarto trimestre de 2019.”, explica a coordenadora.

A Indústria apresentou estabilidade (-0,1%) no primeiro trimestre de 2023. “A queda na Indústria de Transformação foi influenciada pelas quedas de bens de capital e bens intermediários, enquanto a Atividade de Eletricidade e água, gás, esgoto, atividades de gestão de resíduos subiu 6,4%, visto que estamos em um momento de boas condições hídricas, sem escassez”, pontua Palis.

Pela ótica da despesa, a Despesa de Consumo das Famílias (0,2%) e a Despesa de Consumo do Governo (0,3%) apresentaram variações positivas, enquanto a Formação Bruta de Capital Fixo (-3,4%) registrou queda.

O setor externo contribuiu positivamente para o crescimento, já que as Exportações de Bens e Serviços tiveram variação negativa de 0,4% ao o que as Importações de Bens e Serviços caíram 7,1% em relação ao quarto trimestre de 2022.

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Comparação anual

Quando comparado a igual período do ano anterior, o PIB teve crescimento de 4,0% no primeiro trimestre de 2023. O Valor Adicionado a preços básicos apresentou elevação de 4,1% e os Impostos sobre Produtos Líquidos de Subsídios avançaram em 3,0%.

A Agropecuária cresceu de 18,8% em relação ao mesmo período do ano anterior. Este resultado pode ser explicado, principalmente, pelo bom desempenho de produtos da lavoura que possuem safra relevante no primeiro trimestre e pela produtividade.

Segundo o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA/IBGE), a soja, principal cultivo, apresentou ganho de produtividade e crescimento expressivo na produção anual, estimada em 24,7%. Com exceção do arroz (-7,5%), outras culturas com safra relevante nesse trimestre também apontaram crescimento na produção anual e ganho de produtividade, como milho (8,8%), fumo (3,0%) e mandioca (2,1%).

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O valor adicionado dos Serviços cresceu 2,9% na comparação com o mesmo período do ano anterior. Todas as suas atividades apresentaram alta: Informação e comunicação (6,8%), Transporte, armazenagem e correio (5,1%), Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (4,6%), Outras atividades de serviços (4,3%), Atividades Imobiliárias (2,8%), Comércio (1,6%) e istração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (0,4%).

A Indústria apresentou alta de 1,9%. Nesse contexto, as Indústrias Extrativas (7,7%), registraram o melhor resultado, sendo afetadas pela alta tanto da extração de petróleo e gás como de minério de ferro. Houve destaque também na atividade de Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (6,4%) com a melhoria das condições hídricas.

A Construção (1,5%), por sua vez, teve sua décima alta consecutiva, porém em desaceleração já que a massa salarial real do setor cresceu, mas os insumos típicos da construção estão em queda em relação ao ano anterior.

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