Embora Israel não seja um grande produtor de petróleo, a escalada das tensões no Oriente Médio assustou os investidores.

A inflação, o receio de uma recessão econômica global e uma correção após meses de alta fizeram com que os preços do petróleo nos EUA caíssem de cerca de US$ 95 (R$ 488,99) há algumas semanas para pouco mais de US$ 80 (R$ 411,78) na semana ada.

Mas na manhã de segunda-feira (9), os preços do petróleo nos EUA subiram acima dos 3%, ultraando US$ 85 (R$ 437,52) por barril, depois de reduzirem os ganhos durante a noite.

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O petróleo Brent, referência global, também subiu quase 3%, sendo negociado a quase US$ 87 (R$ 447,82) o barril.

Israel declarou formalmente guerra ao Hamas no domingo (8), após um ataque surpresa do grupo no sábado (7).

Segundo as autoridades, o conflito já deixou mais de 1000 mortos, com pelo menos 700 pessoas mortas em Israel e 400 na Palestina.

“Com o governo israelense alertando para uma guerra longa e difícil, há preocupações de que retaliações profundas e incessantes em Gaza possam trazer o Irã para o conflito e ter um impacto no fluxo de energia na região”, disse Susannah Streeter, chefe de dinheiro e mercados na corretora britânica Hargreaves Landsdown.

Israel intervém para apoiar o shekel

Com as hostilidades, o shekel israelense subiu para 3,93 em relação ao dólar americano na segunda-feira, nível atingido pela última vez em 2016.

O banco central de Israel disse que venderia até US$ 30 bilhões (R$ 154,42 bilhões) em moedas estrangeiras para estabilizar o shekel e “fornecer a liquidez necessária para o bom funcionamento contínuo dos mercados”.

Num comunicado, o Banco de Israel disse que forneceria um apoio adicional de US$ 15 bilhões (R$ 77,21 bilhões), se necessário, afirmando que iria “continuar monitorando o desenvolvimento [dos impactos da guerra] e analisar os mercados para agir com as ferramentas disponíveis conforme necessário”.

Mercados de ações

EUA

As ações americanas, que subiram de forma surpreendente na última sexta-feira (6), tiveram recuperação na tarde desta segunda (9), após caírem no início do pregão.

O Dow Jones abriu a sessão em queda, mas subiu 174 pontos (0,5%) à tarde. Já o S&P 500 avançou 0,6% e o Nasdaq teve alta de 0,4%.

O dia começou com os papéis em baixa devido ao temor de investidores globais de que o conflito em Israel pudesse se expandir, além do receio de que as tensões prolongadas no Oriente Médio prejudicassem a recuperação econômica global.

No entanto, a inversão de sinal desta tarde sugere que Wall Street aguardando os riscos que o conflito no Oriente Médio poderá representar para os mercados.

“Neste momento, há muitos ‘talvez’ e ‘se’ – e uma verdadeira falta de clareza”, disse David Donabedian, diretor de investimentos da CIBC Private Wealth US.

Ele acrescenta que “os mercados continuarão de olho em tudo o que normalmente ficam, incluindo o aumento dos rendimentos dos títulos e as futuras decisões de política monetária do Federal Reserve".

Europa

Na Europa, as ações também abriram em queda nesta segunda-feira (9), mas depois se estabilizaram, com o índice CAC 40 da França em queda 0,6% e o DAX em baixa de 0,7%. Já o FTSE 100 de Londres subiu 0,03%, apoiado pelos ganhos nas ações das empresas petrolíferas.

Ásia

Na Ásia, a reação inicial dos investidores foi mista.

Na China continental, o Shanghai Composite caiu 0,4% após reabrir de uma semana de feriados. Enquanto isso, o S&P/ASX 200 da Austrália terminou em alta de 0,2%.

O índice Hang Seng, de Hong Kong, subiu 0,2% após as negociações serem retomadas. Os mercados tinham sido suspensos após um tufão.

Já os mercados no Japão e na Coreia do Sul estão fechados devido a feriados.

A questão-chave para os mercados agora “é se o conflito permanece contido ou se se espalha para envolver outras regiões, especialmente a Arábia Saudita”, escreveram analistas da ANZ em relatório.

“Pelo menos inicialmente, parece que os mercados assumirão que a situação permanecerá limitada em âmbito, duração e consequências no preço do petróleo. Mas pode-se esperar maior volatilidade".

*Com informações de Robert North, da CNN Internacional

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