"Há um ano, muitos analistas previam que entraríamos em uma recessão. Obviamente, isso não aconteceu. Temos um bom e forte mercado de trabalho", disse Yellen durante a entrevista.

"Ainda há muito trabalho para fazer na frente de inflação, alguns preços importantes, como aluguéis, ainda se mantêm altos; mas estamos fazendo progresso. Acho que podemos descrever o que estamos vendo agora como um pouso suave e minha expectativa é de que isso continue."

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O cenário descreve uma situação na qual um Banco Central consegue conduzir uma política monetária que reduza a inflação sem causar grandes impactos na saúde do mercado de trabalho do país.

Desde março de 2022, o Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos EUA, aumentou os juros do país em até 5,5% como parte de uma campanha para controlar a inflação.

A última divulgação de dados da Secretaria de Estatísticas Trabalhistas dos Estados Unidos (BLS, na sigla em inglês) desta sexta-feira mostra que os Estados Unidos criaram 216.000 empregos em dezembro, superando as expectativas e sinalizando a resiliência do mercado de trabalho norte-americano em 2023.

"Os dados de hoje mostram que o desemprego se manteve baixo. O ritmo de criação de empregos nos últimos três meses é de 165 [mil], o que fica abaixo de um ano atrás, quando a economia estava se recuperando da pandemia; mas é algo esperado e desejado, consistente com uma economia que está agora recuperada e voltada para um crescimento estável", defendeu a secretária do Tesouro.

Entre os dados que reforçam a saúde da economia norte-americana, segundo Yellen, estão a baixa quantidade de solicitações de auxílio-desemprego na última semana e dados de inflação desacelerando no país, destacando as quedas no preço da gasolina e o controle das contas de energia promovido pelo governo Biden.

"Alguns americanos estão começando a sentir [os efeitos] disso, pesquisas estão indicando o crescente otimismo", afirmou Yellen.

Economistas esperavam ganhos líquidos de empregos de 160.000 para o mês e que a taxa de desemprego subisse para 3,8%. Com os números mais fortes que o esperado, dúvidas recaíram sobre as expectativas de que os cortes nos juros começariam em março.

Contudo, as autoridades do BC norte-americano acreditam que a procura mais lenta ajudará a reduzir a inflação.

"Houve muito pessimismo sobre a economia que se provou injustificado", afirmou Yellen.

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*Com informações da CNN Internacional; sob supervisão de Gabriel Bosa

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