Para Tony Volpon, ex-diretor do Banco Central (BC) para Assuntos Internacionais e colunista do CNN Money, o que vem surpreendendo e deteriorando as expectativas do mercado nas últimas semanas é a expressividade, de um lado, da política tarifária de Trump, do outro, da reforma istrativa fiscal.

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"Primeiro, ele tem sido muito mais agressivo na política tarifaria em termos do seu tamanhao e mais agressivo no timing da sua execução. O mercado esperava uma coisa menor em termos de tarifa e com uma execução mais negociada", apontou Volpon ao WW.

"A segunda coisa, que tem impactado o mercado e precificado uma recessão muito maior que antes é o DOGE de Elon Musk. Ele tem sido muito agressivo nessa reforma istrativa fiscal", pontuou.

O Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), chefiado pelo bilionário Elon Musk, foi criado por Trump para enxugar a máquina pública norte-americana e desburocratizar as regulamentações vigentes no país.

Volpon ressaltou que o mercado esperava uma agenda mais focada em desregulação por parte do órgão, o que até agora não estaria sendo visto com tanta expressividade como os embates gerados em torno das demissões em massa de servidores públicos e o corte de gastos promovidos pelo DOGE.

Desse modo, o ex-BC observou que os EUA enfrentam dois pesos que podem afetar a demanda e, consequentemente, o movimento da economia norte-americana.

Porém, não descarta a possibilidade de um cenário de estagflação - quando recessão e inflação se combinam - devido o impacto que as tarifas podem gerar nos preços praticados no país.

"Os mercados americanos estavam precificados extremamente para um futuro perfeito, mas agora estão sentindo a reversão de expectativas", concluiu Volpon.

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