De acordo com um relatório da Oxfam International divulgado nesta segunda-feira (9), o rombo deve ocorrer em decorrência de crises de endividamento que levaram dezenas desses países à beira da inadimplência.

O relatório - divulgado no início das reuniões do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial em Marrakech - também constatou que, nos termos atuais, os países de renda baixa e média-baixa enfrentam juros e pagamentos de dívidas de quase meio bilhão de dólares por dia até 2029.

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Um número recorde de nações em desenvolvimento está em situação de endividamento, uma vez que o aumento das taxas de juros globais, a inflação crescente e uma série de choques econômicos após a pandemia da Covid-19 prejudicam as finanças públicas.

A agência de recomendação de risco Fitch disse que, até março, houveram 14 eventos de inadimplência separados desde 2020 em nove países diferentes.

A Oxfam pediu ao FMI e ao Banco Mundial que usem a crise para criar um sistema mais justo - em vez de se concentrarem na reestruturação da dívida e nos cortes de gastos.

"A resposta deles à crise da dívida é mais austeridade, e a resposta deles ao abismo financeiro é mais empréstimos", disse o diretor executivo interino da Oxfam International, Amitabh Behar, em comunicado.

"As verdadeiras vitórias, como tributar os ricos de forma justa, estão sendo deixadas de lado."

O FMI não respondeu a um pedido de comentário.

A Oxfam e outros grupos de ajuda já pediram anteriormente aos bancos internacionais que cancelassem as dívidas dos países em desenvolvimento que enfrentam crises econômicas.

O relatório também afirmou que os pagamentos do serviço da dívida dos países mais pobres estão superando os gastos com saúde em quatro vezes.

A expectativa é que a renegociação da dívida de algumas das nações inadimplentes, incluindo Zâmbia e Gana, avance durante as reuniões em Marrakech, enquanto o FMI continuará as conversas com Tunísia, Paquistão, Egito e outros países sobre os termos dos empréstimos de resgate propostos.

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